Mais de duas dezenas de autores revezam-se este sábado em conversas, apresentações e sessões de autógrafos.
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Aberto aos visitantes desde as 10.30 desta manhã, o Maia BD espera este sábado a sua primeira enchente no Fórum da Maia. Para isso preparou um programa diversificado, que se prolonga até ao final da tarde.
Sexta, dia da inauguração oficial, a visita guiada às exposições, comentadas pelos seus comissários ou pelos autores, ficou marcada pela simpatia e disponibilidade destes. Um dos momentos marcantes, foi a chegada, a meio da visita, do paquistanês Taha Sidiqqui. Jornalista de investigação, teve de abandonar o seu país e ir viver para França, onde abriu um bar para dissidentes e refugiados como ele. Em fase de renovação do visto, foi impedido de apanhar um avião, tendo por isso feito a viagem para Portugal de comboio e autocarro, para poder estar no lançamento do seu livro "Dissidente Club: Crónica de um Jornalista Paquistanês Exilado em França" (edição da Levoir), que terá lugar hoje, às 15 horas.
A moderação estará a cargo de Jorge Pinto, deputado do Livre, e na altura será igualmente apresentado "Os Pássaros de Papel" (Levoir), de Mana Neyestani, autor iraniano presente no Maia BD, que também teve de abandonar o seu país por motivos políticos devido ao conteúdo dos seus cartoons.
Num dia marcado por muitos lançamentos, destaque, logo às 14h00, para "O homem que sonhou o impossível" (Kingpin Books), uma homenagem do argumentista Mário Freitas a Jack Kirby, considerado o "rei dos comics". Meia hora mais tarde, será a vez de duas novidades nacionais de A Seita, "Sol", de Diogo Carvalho, e "Boarding Pass", de Ricardo Santo. Às 16 horas serão apresentadas duas novidades da colecção "Clássicos da Literatura Portuguesa em BD" (Levoir): "A Peregrinação, vol. 1", de João Lameiras e Miguel Jorge, e "O Fato Novo do Sultão", de André Morgado e Luiza Nestlehner.
Da visita de sexta, para além do grande número de originais expostos, um dos aspectos que se destacou foi a grande diversidade da programação, assente em tipos de banda desenhada muito diferentes, em termos gráficos, narrativos e de criação, que o Festival Internacional de BD da Maia propões nesta segunda edição. Entre elas destacam-se, pela beleza plástica, "Visões infernais: O Inferno de Dante em BD", dos irmãos Brizzi; o classicismo de Alfonso Font, desenhador de séries de aventuras como "Tex" ou "Joh
Rohner" e "Comics americanos: para além dos super-heróis", com dezenas de originais de autores como Frank Miller ou Geof Darrow e de séries como "The Walking Dead", "The Boys" ou "V for Vendetta".
Para os visitantes, o momento alto são sempre as sessões de autógrafos e para hoje estão agendadas duas, às 15h e às 17h, com a presença de mais de duas dezenas de criadores, entre portugueses e estrangeiros.
O Maia BD termina domingo, mas as exposições ficarão patentes até 16 de Junho.