Há 23 anos, Portugal vivia um momento emocionante, com a atribuição do Prémio Nobel da Literatura a José Saramago. Não raras vezes a grandeza das obras vale não só pelo valor que têm per si, como pelos contágios que provoca.
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José Saramago publicou, entre crónicas, romances, poesias e contos, mais de 40 obras. Sendo relativamente consensual que "Jangada de pedra" , "Memorial do convento" e "Ensaio sobre a cegueira" são das obras mais bem acolhidas pelo público nacional e internacional. E qualquer uma delas deveria ser de caráter mandatório.
Para perpetuar a obra do escritor a Fundação José Saramago, presidida pela sua mulher, Pilar del Río, tem feito um importante trabalho de divulgação, que ganha por estes dias um novo fulgor com a aproximação do centenário de José Saramago, a 16 de novembro de 2022.
O filme de Miguel Gonçalves Mendes, "José e Pilar", é um importante e comovente documento sobre a vida deste casal. Que pode aqui ser visto integralmente:
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Além deste documentário, a obra de Saramago deu origem a 14 filmes. "O ano da morte de Ricardo Reis", dirigido por João Botelho e estreado o ano passado, vale a revisitação. Aqui pode ver o trailer:
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Internacionalmente, o filme "Blindness", de Fernando Meirelles, inspirado em "Ensaio sobre a cegueira", é dos mais conhecidos. Conta com Julianne Moore, Gael García Bernal e Mark Rufallo nos principais papéis.
Mas nem só ao cinema se resumiu o contágio da obra de José Saramago. Também a coreógrafa sevilhana Maria Pagés usou excertos de poemas de escritor português na obra "Utopia", e existem gravações da própria a dançar com Saramago:
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Também na música, a sua obra deu origem ao nome do álbum dos Fado Violado, "Jangada de pedra", disponível em streaming. Nas artes plásticas, um dos trabalhos mais recentes é o executado pelo artista urbano Vhils, que depois de ter esculpido a silhueta do escritor em Madrid, também o fez na Lourinhã.
Estes são apenas alguns exemplos do legado de contágio que José Saramago deixou.