A quarta edição do Festival que mostra nos novos talentos da música portuguesa acontece esta quarta e quinta-feira, no Musicbox e no B.Leza.
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Está de volta o evento que dá visibilidade ao que de melhor se faz na nova música nacional. Duas das mais icónicas salas lisboetas, o Musicbox e o B.Leza, recebem nas noites desta quarta e quinta-feira, mais de 10 bandas para a quarta edição do Emergente.
O festival por onde em edições anteriores já passaram nomes como Pedro Mafama ou Filipe Sambado, traz este ano um cartaz mais "diverso e surpreendente" do que nunca, garante a organização.
Em 2022, o talento Super Emergente volta a ser o foco: são no total oito projetos musicais, distribuídos pelas duas salas de Lisboa, que subirão aos palcos do Emergente, depois de terem sido selecionados através da Open Call. São eles Momma T, Black Lavender, Javisol, O Marta, THEMANUS, Ana de Llor, Siwo e A Sul.
Além destes talentos, e a convite da organização, o cartaz do festival é completo por quatro projetos musicais da nova geração de valores da música portuguesa: os Bandua, SFISTIKATED e Unsafe Space Garden, e um DJ Set de James Flower.
Nascido em 2019, o Emergente volta assim a apostar tudo na sua missão de apoiar a nova geração da música portuguesa, oferecendo condições para os projetos selecionados poderem brilhar e fazer emergir o seu talento, tal como explicou ao JN o diretor do evento, Carlos Gomes.
"O Festival Emergente confere às bandas que passam pelo festival uma grande visibilidade, sobretudo às Super Emergentes, selecionadas por open call. E não é só a questão de verem o seu nome no cartaz e do concerto que dão no festival", explica. É, frisa, "toda a promoção que o festival faz de cada um dos projetos, a presença do festival nos media - rádio, televisão e imprensa escrita - e também nas redes sociais e em interação com as redes dos artistas".
Tudo importa numa banda ou projeto novo que querem emergir ou sobressair entre tantos outros grupos. Até as conexões que se estabelecem. "É muito importante os músicos conhecerem-se, conhecerem os espaços em que os concertos acontecem e darem-se a conhecer ao meio. O artista só existe com público e o Emergente é seguramente um começo para essa conquista", frisa o diretor do festival, que diz acreditar mesmo já não bastar apenas o ter talento, ou até a visibilidade. "Há que haver um envolvimento do artista", adianta.
Se na Open Call se mostram as novas bandas que quiseram participar e foram selecionadas, já no cartaz de convidados, "o critério é acima de tudo a qualidade, mas também a surpresa e a diversidade do cartaz", diz ainda Carlos Gomes. Um alinhamento que se quer cada vez mais inclusivo, em termos de géneros musicais: "da voz soul de Momma T ao techno texturado de James Flower, o Festival este ano arrisca um cartaz eclético e desafiante", garante. "Estamos muito felizes com o Line Up desta edição, diverso e surpreendente, diria mesmo único", adianta o organizador.
Olhando para o curto percurso de um evento que nasceu pouco antes da pandemia, o balanço é até agora, e ainda assim, totalmente positivo, fazendo esperar o crescimento do Emergente no futuro. "[O balanço] é muito positivo. Ao longo destes quatro anos Já passaram pelo Festival nomes como Pedro Mafama, Solar Corona, Chinaskee, Gator The Aligator, Hause Plants, Cave Story, Filipe Sambado, Meta, Lana Gasparotti, Time for T entre mais de 50 projetos, tendo concorrido ao Open Call, desde 2020 (na primeira edição, 2019, não houve Open Call), cerca de 150 bandas nacionais".
Uma "enormidade" diz, para 4 edições e em tempos muito difíceis: "nascemos no ano antes da pandemia, levámos com ela durante os dois últimos anos, sem nunca ter baixado os braços e deixado de realizar o festival. E aqui estamos com vontade de futuro e de para o ano comemorarmos um primeiro ciclo de 5 anos, idade adolescente para um festival", adianta Carlos Gomes.
O diretor acredita que o evento pode chegar à maioridade e crescer com alguns dos projetos que passaram pelo palco Emergente. "Temos muita vontade de fazer um best-of da história do festival, para alinharmos a evolução dos que ajudámos a crescer. As expectativas para este ano são acabarmos o ano da melhor maneira possível, a fazermos todos o que mais gostamos e deixando a brilhar mais alguns nomes no firmamento da belíssima música que se faz em Portugal" conclui.
No Festival além da visibilidade e ligações conseguidas, todos os projetos Super Emergentes concorrem para os prémios "Melhor Projeto Musical" e "Melhor Concerto": respetivamente, a gravação de um álbum ou EP no Estúdio Camaleão e um concerto/showcase na SBSR.fm, rádio parceira do festival pelo 3º ano consecutivo.
O primeiro prémio é uma decisão por deliberação do Júri do Festival e o segundo é uma escolha exclusiva do público, trocando o bilhete de cada dia por um boletim de voto. Também se abre a possibilidade de um concerto das bandas vencedoras dos dois prémios, em 2023, no B.Leza. A banda vencedora do Melhor Concerto irá abrir para a apresentação do álbum da banda vencedora do Melhor Projeto Musical.