Sérgio Godinho tem novo álbum de originais. Chamou-lhe "Nação Valente". O disco, que chega esta sexta-feira às lojas, surge sete anos volvidos sobre o lançamento de "Mútuo Consentimento".
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Neste hiato de novas canções, o músico e compositor Sérgio Godinho não esteve parado. Estreou-se como ficcionista e colaborou com o amigo Jorge Palma num disco e numa série de concertos. Agora, desafiou vários compositores, entre os quais José Mário Branco, David Fonseca, Pedro da Silva Martins, Filipe Raposo e Márcia, a entregarem-lhe músicas para que se pudesse apropriar delas.
O resultado deste trabalho será apresentado nos concertos de 23 e 24 de fevereiro, no Capitólio, em Lisboa, e dias 3 e 4 de março na Casa da Música, no Porto. Mas já a 2 de fevereiro haverá um mini-concerto gratuito à porta dos Armazéns do Chiado, em Lisboa.
"O que aconteceu é que quis ser de certo modo estimulado. Tenho, no passado, canções que foram feitas a meias com letra minha e música de outros. Por exemplo, há o álbum "Coincidências" que foi feito com muitos brasileiros. Depois fiz varias vezes parcerias, com o Filipe Raposo e o Hélder Gonçalves, da qual a mais emblemática seja o tema "Um sopro no coração".
Salvaguardando as devidas distâncias, e uma vez que neste disco se assume como letrista e endossou várias músicas a um conjunto multifacetado de compositores, pode dizer-se que o conceito do disco foi uma espécie de geringonça criativa. O músico diz que o conceito até não está está mal visto mas não foi propositado.
Como o seu primeiro primeiro disco e do Zé Mário Branco já havia canções com essa vertente , isto é, letras do primeiro e músicas do segundo, Sérgio Godinho resolveu voltar a convidar o amigo de longa data. "Fui buscar outra vez o Zé Mário para o trazer para o meu universo e reinterpretar".
Com "Nação valente", álbum produzido por Nuno Rafael, o cantor afirma ter pretendido levar o processo de parceria um bocadinho mais longe. "A ideia foi de de fazer minhas canções que têm música de outros. Eu canibalizo muito".
Sendo este um trabalho que surge sete anos volvidos sobre o último disco de originais, Sérgio Godinho lembra que, neste interregno não esteve parado. Muito pelo contrário. Editou o álbum "Caríssimas Canções", que, confessa, lhe deu grande gozo fazer porque gosta muito de cantar as canções dos outros. Depois houve um disco ao vivo, chamado "Liberdade" e houve o projeto "Juntos", com Jorge Palma que incluiu uma série de concertos.
"Pelo meio, conta, comecei a engrenar na ficção narrativa. Primeiro, com os contos e depois com uma obra de maior fôlego, "Coração mais que perfeito", que marcou a minha estreia como romancista".
Esta nova vertente deu-lhe um grande prazer e por isso continuou a cultivá-la. "Essa continuidade da ficção narrativa foi algo que eu não conhecia", admite. "Costumo dizer que sou um bocado de pavio curto, tenho de passar a outro assunto rapidamente. Mas, no caso da escrita de ficção, quis sempre continuar todos os dias mais um pouco".
Neste sentido revelou que aquele que será o seu segundo romance está em processo de revisão e deverá sair em setembro.