"Do it afraid" é o sexto álbum da artista nova-iorquina Yaya Bey: uma viagem por diferentes emoções em 18 novos temas de R&B.
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Nome maior da cena R&B nova-iorquina, Yaya Bey está de volta aos discos em pleno agosto fervilhante, com um trabalho fresco, livre e com tanto de alegre e descomplexado como de honesto e refletivo. "Do it afraid" é já o sexto da compositora e produtora originária de Queens, que até poderá andar um pouco despercebida entre o público europeu, mas tem um séquito fiel no seu país natal, firmado em álbuns como "Remember your north star", de 2022, ou "Ten fold" (2024).
A cada disco, a cantora vai juntando sonoridades, fundindo com naturalidade o neo-soul com R&B, hip-hop, dança e ritmos caribenhos dos Barbados, de onde a sua família é natural, adicionando-lhes ainda jazz, funk, rap, afrobeat e até pop dos anos 80, mais notório na nova "Dream girl".
Nos 18 temas, Yaya navega com naturalidade por lugares confessionais e de luta com os seus demónios. As suas muitas faces, musicais e humanas, confluem num coletivo eclético e agitado, com um lado mais cáustico, outro divertido, ou ainda melancólico, mas sempre com um objetivo: a superação, a busca da alegria.
"O sofrimento é prometido a todos nós, mas a alegria também. É preciso encontrar paz nessa dualidade", diz Yaya sobre o disco, explicando como incluiu partes mais vulneráveis da sua história, "que não são um trauma, mas sim o meu desejo de amar, de sentir alegria, de ser livre".
Aquando do anterior "Ten fold", Yaya foi honesta sobre a espiral de sofrimento em que se sentiu quando um divórcio, a pandemia e a morte do pai coincidiram. Agora vem à tona, puxada pela música, onde é narradora de um lado mais festivo da caminhada, e confessa: "Nesta vida, a dor e a perda são-nos prometidas; é preciso muita coragem para dançar diante do inevitável". E ainda: "A verdade é que somos corajosos, resilientes, alegres".