Seis meses depois do original, britânica lançou nova versão de “Falling or flying”.
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São poucos os artistas que se atreveriam a pegar num álbum seu, gravado há menos de seis meses, para voltar a levá-lo a estúdio e lançar uma espécie de plano B do que o original poderia ter sido.
São certamente ainda menos aqueles que o fariam para melhor. Para muito melhor. Mas Jorja Smith, que vai passando um pouco calada, nunca esquecida, na indústria musical, chegou para consegui-lo.
Em setembro de 2023, cinco anos depois do álbum de estreia ("Lost & found"), a britânica lançou "falling or flying", um trabalho assumidamente mais pop, com influência dos ritmos africanos, que nos fazem querer dançar da primeira à última faixa. Agora, como numa catarse que nos serve mais a nós do que a ela, Jorja Smith, menos de seis meses após o original, lançou este mês de maio o "novo" álbum "falling or flying (Reimagined)".
Composto por oito das 16 canções do álbum do ano passado, fica-se com a sensação que apenas as letras se mantêm. Tudo o resto está completamente diferente. E para melhor.
O tom alegre, dançável e pop é trocado pela melancolia e nostalgia; a hegemonia das batidas abertas dá lugar ao protagonismo do piano; a voz é a mesma, sem o ser, transportando-nos agora através de um tom mais pesado. É um álbum marcadamente R&B, que nos leva mais perto das primeiras criações da artista, ainda que tenha uma pitada jazz inesperada.
A segunda versão do segundo álbum de Jorja Smith é a prova de que as segundas oportunidades contam - e que a britânica continua a acertar sempre.
Depois da estreia em Portugal em 2019, Jorja só regressou ao país em 2022 - ambas as datas no mesmo festival e, na altura, apenas com um álbum em carteira. Para já, não tem marcada passagem por terras lusas, mas é com ânsia que se aguarda poder ver esta nova (e mais madura) versão da artista.