A revolução da Arte Urbana: Vhils e 17 artistas mundiais em exposição em Lisboa
De 21 de junho a 3 de dezembro, "Urban [R]Evolution" homenageia e tenta chamar público para a arte de rua e a cultura em geral.
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Durante seis meses, o presente, passado e futuro da cultura urbana são revistos numa gigante exposição da Underdogs e Everything is New. Entre 21 de junho e 3 de dezembro, a Cordoaria Nacional, em Lisboa, recebe "Urban [R]Evolution", uma mostra em que o graffiti, a arte urbana e até a fotografia se unem, numa homenagem e celebração daqueles que começaram a expor na mais livre e acessível das galerias: a rua.
Projeto "de sonho" para alguns dos artistas envolvidos, "uma revolução" para os promotores, "Urban [R]Evolution" é um trabalho conjunto da galeria de arte Underdogs, do artista português Vhils, e da promotora Everything is New.
Pauline Foessel, co-fundadora da Underdogs, é co-curadora e ajudou a selecionar os 18 artistas portugueses e estrangeiros que participam na mostra - onde a rua, como não podia deixar de ser, também será utilizada.
"Haverá três intervenções: duas delas fora da Cordoaria, estando a ser preparadas em conjunto com os arquitetos" adiantou Foessel aos jornalistas, esta segunda-feira, na apresentação. A Rua das Janelas Verdes também será envolvida, mas o foco, a experiência inédita e "imersiva" situa-se nos quatro mil metros quadrados da Cordoaria, sendo que os artistas irão criar as obras no local.
Aqui, a "espinha dorsal", a linha condutora, tem um nome: Martha Cooper, uma das artistas convidadas e fotojornalista norte-americana que documenta a arte de rua e o graffiti desde a década de 1970, sendo considerada uma das grandes impulsionadoras e documentaristas desta cultura. Entre os 18 restantes convidados, cerca de metade dos quais nacionais, Vhils, AkaCorleone, Tamara Alves, Shepard Fairey, André Saraiva, Felipe Pantone, Jason Revok, Add Fuel, Wasted Rita e Nuno Viegas são alguns dos nomes.
Para a artista portuguesa Tamara Alves, este é "um projeto de sonho". "Estamos a falar de um line-up de artistas que fizeram parte do início do movimento, do graffiti, do street art, e artistas que estão a definir o que é o futuro desta prática", explicou.
Da Everything is New/organização, Álvaro Covões lembra que a mostra estava a ser pensada "desde a pandemia" e salienta como ela pretende "chamar a atenção das pessoas, trazer aquele público que não frequenta os espaços culturais". O objetivo, como aconteceu com a expo de sucesso de Ai Weiwei, é o de "perceber que a cultura é algo enriquecedor, que é importante para todos nós. E só assim é que vamos conseguir criar um ecossistema cultural em que, cada vez mais, os produtores, os artistas, os galeristas ganhem mais independência económica".
Sem descurar os visitantes estrangeiros, ponto e aposta forte até "contribuindo para o turismo", Covões reiterou que chamar o público português é a "prioridade". Este é "um projeto muito extraordinário, é uma revolução", concluiu.
"Urban [R]Evolution" estará patente entre 21 de junho e 3 de dezembro na Cordoaria Nacional, em Lisboa. Os bilhetes já estão à venda e oscilam entre os seis e os 15 euros, havendo também bilhetes família.