Quem vive mais de cem anos é como se vivesse para sempre... Por isso, quando a noticia da morte de Manoel de Oliveira chegou, nem a idade avançada e as mil brincadeiras que se faziam com a sua longevidade prepararam os portugueses para esta perda.
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Tratava-se, afinal de contas, do mais velho cineasta do mundo... E a sua vida e obra já há muito tinham transformado a sua presença numa indispensável parte do imaginário coletivo nacional.
"Não, Manoel de Oliveira não morreu esta quinta-feira, pois Manoel de Oliveira é eterno", repetia-se por todo o lado.
A redes sociais refletiram esse sentimento partilhado, na tarde desta quinta-feira. As homenagens ao artista centenário depressa encheram os murais, linhas do tempo, twits e mensagens, um pouco por todo o lado. Onde houvesse um português online, fosse Twitter, Facebook, Google+ ou outra rede social qualquer, havia pelo menos uma mensagem de adeus a Manoel.
"Até sempre, grande mestre", dizia um utilizador, via Facebook, enquanto aproveitava para partilhar uma imagem tirada ao cineasta. "Ainda bem que não aconteceu a 1 de abril, se não não acreditava", admitia outra.
No Twitter, Manoel de Oliveira depressa passou a encabeçar o top de tópicos mais falados em Portugal, com muita gente a partilhar mensagens de pesar, fotografias antigas do portuense e vídeos dos seus filmes preferidos. Além mar, o destaque repetia-se, com o nome do cineasta a aparecer em 4.º lugar nos assuntos mais comentados no Brasil, uma das nações mais ativas e com mais utilizadores no Twitter, a nível mundial. Também era possível vislumbrar, por entre as dezenas de "twits" partilhados a cada minuto, algumas mensagens vindas de França, Itália e outros países onde o realizador era muito apreciado. #ManoeldeOliveira virou "hashtag" europeia, em jeito de homenagem virtual.
Muitos dos utilizadores que ficaram a saber da notícia pelo Facebook do "Jornal de Notícias" também fizeram questão de deixar por lá algumas palavras de apreço. "Como diria Newton, este também ia aos ombros do gigante. Simplesmente, sublime! Um exemplo para todos nós!", assegurava uma leitora. "Grande homem. Obrigado pela obra que nos deixaste", agradecia outro, enquanto se exigia, a cada comentário novo, a inclusão de Manoel de Oliveira no Panteão Nacional. De resto, a ideia parece ser partilhada por alguns portugueses... Multiplicam-se, na Internet, as páginas e eventos a pedir que tal aconteça brevemente.
Além fronteiras, e à medida que a notícia começava a correr mundo, o "mais velho cineasta do planeta" e o único ainda no ativo a assistir "in loco" à passagem do cinema mudo e a preto e branco para os moldes atuais ia sendo, igualmente, celebrado. "As coisas que ele deve ter visto...", comentava uma leitora, no Yahoo UK.