Ai Weiwei, artista plástico chinês dissidente viu esta semana uma exposição sua cancelada, em Londres, por ter feito uma declaração na rede social X sobre o conflito entre Israel e o Hamas.
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"O sentimento de culpa em torno da perseguição ao povo judeu foi, por vezes, transferido para compensar o mundo árabe. Financeiramente, culturalmente e em termos de influência mediática, a comunidade judaica tem tido uma presença significativa nos Estados Unidos. O pacote anual de ajuda de 3 bilhões de dólares [2,4 bilhões de libras] a Israel tem sido, durante décadas, considerado um dos investimentos mais valiosos que os Estados Unidos alguma vez fizeram. Esta parceria é frequentemente descrita como um destino partilhado". Esta foi a frase que Ai WeiWei escreveu na rede social X e que deu origem ao cancelamento da sua exposição na galeria Lisson, em Londres.
Numa nota publicada a galeria Lisson esclareceu : " Não há lugar para um debate que possa ser caracterizado como antissemita ou islamofóbico num momento em que todos os esforços deveriam ser para acabar com o sofrimento trágico nos territórios israelitas e palestinianos".
“Se não podemos usar formas simples para expressar uma questão complicada, isso significa que a expressão se torna desnecessária, ou que a chamada expressão ‘incorreta’ se torna desnecessária? Este é um aspecto fundamental da liberdade de expressão", acrescentou Ai Weiwei.
O artista tem um longo historial de luta pelos direitos humanos, crescendo em campos de trabalhos forçados no noroeste da China após o exílio do seu pai, o poeta Ai Qing. E chegou a estar preso em 2011pelas suas alegações de crimes económicos do Governo chinês.