Carlos Bica, Hamid Drake, Luís Vicente, Mário Laginha e Myra Melford passam pela 13ª Edição do Festival que acontece entre esta quinta-feira e domingo, na Amadora.
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É a 13.ª edição de um dos festivais mais conceituados de jazz do país, mas não se presuma que vem ofuscada pela superstição: ao longo de quatro dias (de 8 a 11 de maio), em três equipamentos culturais do concelho, o Amadora Jazz 2025 acolhe figuras cimeiras do jazz, num cartaz com nomes marcantes do panorama nacional e mundial, enquanto se promovem músicos emergentes, nas suas etapas de formação. Levar o jazz a novos públicos, como acontece desde a génese do evento, é o objetivo dos seus dois contornos.
Pelos Recreios da Amadora, Cine-Teatro D. João V e Auditório de Alfornelos passam, este ano, Carlos Bica, Hamid Drake, Luís Vicente, Mário Laginha e Myra Melford, entre outros artistas, numa edição que, diz ao JN José Miguel Pereira, diretor artístico do festival, é “de consolidação de um caminho que tem sido trilhado”, desde que o evento começou a acolher nomes internacionais e a proporcionar “uma porta de entrada, mesmo a público que não esteja familiarizado com o jazz”.
Tudo começa esta quinta-feira (pelas 21 horas), nos Recreios da Amadora, com um concerto que homenageia o legado da música de Carlos Paredes, no ano em que se celebra o centenário do mestre da guitarra portuguesa. O quarteto liderado pelo conceituado pianista Mário Laginha, com Julian Argüelles (saxofone) Romeu Tristão (contrabaixo) e João Pereira (bateria), resulta de uma encomenda do Theatro Circo (Braga), e terá aqui uma das suas primeiras apresentações.
“Mário Laginha, nome que quase que dispensa apresentações, pianista e compositor com uma longa carreira dentro do jazz nacional e mundial, apresenta-se este ano de forma obviamente especial, nesta homenagem a Paredes”, destaca José Miguel Pereira.
No dia seguinte, 9 de maio (21h), é a vez do Carlos Bica Quarteto subir ao palco dos Recreios da Amadora para apresentar “11:11”, trabalho discográfico eleito como um dos discos do ano em 2024. Em palco com o contrabaixista Carlos Bica, estarão os holofotes sobre jovens músicos, que estão a deixar a sua marca no jazz contemporâneo: José Soares (saxofone), Eduardo Cardinho (vibrafone) e Gonçalo Neto (guitarra e banjo).
Segundo o diretor, novamente, “outro dos grandes nomes do jazz nacional”, a apresentar o seu trabalho mais recente, “tendo ao seu lado os jovens músicos em exceção”.
No sábado, 10, o “Splash Trio” da pianista e compositora Myra Melford apresenta-se pelas 21 horas, em data única no nosso país, com acompanhamento de Michael Formanek no contrabaixo e Cher Smith na bateria e vibrafone.
No mesmo dia, acontece um momento que decorre da principal novidade no figurino do festival deste ano: a inclusão de um ato de criação, no âmbito de uma residência a acontecer no Auditório de Alfornelos.
A residência artística, que junta o trompetista português Luís Vicente ao percussionista de Chicago Hamid Drake, culmina num concerto, com os dois músicos, pelas 23 horas de sábado, no mesmo espaço em que vão trabalhar e criar. As sessões e o espetáculo serão gravados para posterior edição discográfica, no catálogo da JACC Records.
“O que este ano tem de diferente, e também revela esta estratégia de crescimento, e de tentar ter novas valências e novas propostas, é esta residência artística, um momento fulcral que assinala também o Amadora Jazz como um espaço de criação”, refere o diretor do evento.
O encerramento, no dia 11 de maio, pelas 16 horas, cabe novamente à GeraJazz, que sobe ao palco do Auditório Cineteatro D. João V. Segundo José Miguel Pereira, a aposta em novos talentos “tem sido uma característica que já tem mais de uma década, não vem desde a primeira edição, mas está a completar uma década”, e essa é a participação da GeraJazz, “o grupo da Orquestra Geração, onde se ensina jazz e que é dirigido pelo mestre Eduardo Lála. Eles estarão novamente a encerrar o Amadora Jazz no domingo, dia 11 de maio, no Cine Teatro Dom João V, e é mesmo o objetivo de prefigurar o futuro do
jazz; e até para quem, dentro da orquestra, os músicos que não se dediquem futuramente ao jazz, é uma experiência muito rica esta proximidade com a música, com a riqueza da improvisação e com a aprendizagem dos instrumentos”, refere o responsável.
Para José Miguel Pereira, o festival tem alargado e diversificado públicos nos últimos anos e, com este programa, é precisamente isso que almeja voltar a fazer.
Os bilhetes do Amadora Jazz estão à venda em www.ticketline.sapo.pt e no local duas horas antes do início dos concertos, com preços entre os 10 e os 15 euros.