A menos de um mês de estrear uma nova peça no Teatro Aberto, a atriz de "Amor Maior" (SIC) diz-se entusiasmada, apesar de cansada. Mas diz que tem tempo para tudo. Até para passear, jantar fora e sair com os amigos...
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Depois de "O Pai", onde contracenou com João Perry, Ana Guiomar está de volta ao Teatro Aberto, em Lisboa, para a peça "Toda a Cidade Ardia", um texto e encenação de Marta Dias à obra poética de Alice Vieira. A estreia está marcada para 23 de junho.
"Os ensaios estão a correr muito bem e tem sido muito interessante esta caminhada. Aliás, aqui no Teatro Aberto sinto-me em casa. É a minha casa do teatro", conta a atriz ao JN, acrescentando que ali aprende "sempre coisas novas".
"O que eu sinto aqui no Teatro Aberto é que há uma aprendizagem pessoal muito grande, porque há muitos livros que se leem, muitos filmes que se veem, há muitos quadros. E isso para mim é muito bom, porque não tendo uma carreira de 40 anos, isso torna-me mais rica. É claro que leio livros, tenho os meus gostos e as minhas escolhas, mas de repente termos outras pessoas a puxarem por nós e a estimularem mais as coisas, é ótimo", sublinhou a atriz, de 28 anos.
Para trás, ficou o êxito de "O Pai", que "foi mais difícil do que inicialmente parecia, mas que foi um grande ensinamento" e permitiu a atriz confrontar-se "com questões em que nunca tinha pensado".
"A peça era muito pesada e fez-me sentir coisas que eu nunca tinha sentido, mesmo colocando em causa coisas familiares. O ver que estou a chegar aos 30 anos e que os meus pais também estão a ficar mais velhos. Não me assustou ter sido confrontada com essa realidade. Assustou-me foi nunca ter pensado naquilo. Nunca estamos preparados para essa inevitabilidade. 'O Pai' fez-me repensar algumas coisas na minha vida e na minha relação com os outros. Até com os meus pais e os meus avós maternos, com mais de 80 anos", contou à nossa reportagem.
Trabalhar com o João Perry no início foi, confessa, "um bocadinho assustador". "Ele é um monstro do palco, embora não se sinta nada assim, e seja aliás completamente contra isso. Coloca-nos completamente à vontade. E isso deixou-me muito confortável. E sem querer parecer pouco humilde, no fundo estivemos quase de igual para igual desde o primeiro ensaio. Isso fazia-me ir para o palco com muto medo, mas ao mesmo tempo com uma segurança brutal".
Depois de "O Pai" e a preparar-se para a estreia de "Toda a Cidade Ardia", Ana Guiomar continua ao mesmo tempo na televisão, no elenco da principal novela da SIC, "Amor Maior", em que interpreta Maria Preciosa. A atriz reconhece que "às vezes, é muito complicado conciliar os dois mundos". "Quando entro às oito em estúdio e só saio às 19h00 e venho diretamente para aqui, é difícil. Às vezes, apetece-me dormir uma sestinha e não é possível".
Ana Guiomar reconhece que se o seu papel na novela fosse de maior destaque, provavelmente, não conseguiria acumular os dois registos, "quer do ponto de vista físico, quer do ponto de vista emocional". Mesmo assim, não se queixa. Para o seu equilíbrio funcionar, precisa "de viver, de apanhar sol, de jantar fora, de sair com amigos. Isso é essencial para depois tudo junto correr bem", afirma, acrescentando que "felizmente" tem conseguido fazer isso.
Quanto ao relógio biológico, esse ainda não está a funcionar. "Não, ele ainda não despertou", brinca. E continua. "Para já não é coisa em que pense. Quer dizer, se acontecer, tudo bem, não terei problemas nenhuns, mas planeado não está", diz a atriz, que mantém uma relação com o também ator Diogo Valsassina há já 11 anos.
