
Anthony Mackie: "Fiquei muito satisfeito por ser escolhido como Capitão América, por me darem um bilhete para esta viagem".
Foto: Caroline Brehman/EPA
Ator Anthony Mackie veste a pele do herói na nova versão de “Capitão América: admirável mundo novo”. Blockbuster da Marvel chega esta quinta-feira às salas de cinema.
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Em “Capitão América: admirável mundo novo”, Sam Wilson sucede a Steve Rogers como herói, o que significa que Anthony Mackie é o novo protagonista da série. Quando o filme estreia nos cinemas portugueses, em simultâneo com o mundo todo, o JN conversou com o ator afro-americano.
Como se deu a sua entrada neste universo do Capitão América?
Quando o Julius Onah foi contratado para dirigir o filme, ele veio a Nova Orleães para nos conhecermos e passámos dois dias juntos a falar sobre o guião e sobre a minha personagem, sobre o que queríamos, os dois, que este filme alcançasse.
No caso do Sam Wilson/Capitão América qual era o objetivo?
Queria que tivesse identidade própria, cenas de ação espetaculares, que vestisse o fato e levasse a personagem o mais longe possível. Tivemos mesmo de fazer um fato especial, para algumas das cenas de ação. Mas sem perder toda a humanidade que se vê nas personagens da Marvel. Ele não tem nenhum super-poder, a não ser a humanidade.
Como foi trabalhar com Julius Onah como realizador? Ele veio do cinema independente, muito distinto deste universo...
Uma noite, a Octavia Spencer telefonou-me. Sabia que ia fazer um novo Capitão América e tinha um amigo que devíamos contratar. Estava a falar do Julius, tinham feito um filme juntos e tinha adorado a forma como ele trabalhava as personagens e contava uma história. E foi extraordinário trabalhar com ele. As pessoas vão gostar do filme e da visão dele.
Qual é a importância de uma personagem como o Capitão América no mundo de hoje?
Quando vemos estes filmes e estas personagens identificamo-nos com eles como sendo o melhor que temos dentro de nós. É isso que adoro no Sam, é um tipo como qualquer outro, tem as suas limitações, mas trabalha para ser a melhor pessoa possível. É importante que as pessoas vejam isso e foi o que quis transmitir enquanto ator.
Como é que olha para trás, para a primeira vez que entrou num Capitão América, com o Chris Evans como protagonista?
Quando fiz o meu primeiro filme, em 2014, nunca pensei que o Chris Evans deixasse de ser o Capitão América. O papel era dele. Mas esta situação não aconteceu por acaso. Há dez anos que pensam como é que este universo poderia evoluir. Fiquei muito satisfeito por ser escolhido, por me darem um bilhete para esta viagem.
Sentiu desta vez uma pressão extra, por ser o protagonista?
O que é engraçado nestes filmes da Marvel é que não se sente nenhuma pressão. A Marvel deu-me o melhor guião, os melhores atores, a melhor equipa, para fazer este filme da melhor maneira possível. A pressão foi-me tirada de cima. A Marvel é mesmo uma família. O meu trabalho neste filme não foi muito diferente, só usei um fato mais colorido.
Como é que vê a abertura da Marvel a uma maior diversidade, no elenco e na equipa técnica?
Há muitas medidas que têm sido tomadas nos últimos cinco anos pela Marvel para garantir essa diversidade. É importante, mas devemos continuar a falar sobre estas questões. Não deve sair da nossa consciência que temos todos os mesmos direitos de dar o nosso contributo para estes projetos. E para todas as formas de expressão artística.
Como é que foi enfrentar o Hulk Vermelho?
O guião está escrito de maneira a conferir-lhe uma dignidade e uma humanidade que não esperávamos. Há aquele monstro vermelho aos saltos e a destruir tudo, mas também há uma história emocional por detrás. E o Harrison Ford faz com que o compreendamos, de uma forma emocional. As pessoas vão perceber isto quando virem o filme.
Precisamente, pode falar um pouco do trabalho com o Harrison Ford?
No início eu estava um pouco nervoso, ele tem aquela voz... Mas encostou-me a um canto e disse para não stressar. Não foi nada um tipo rabugento, pelo contrário, é a pessoa mais gentil que se possa imaginar. Contava anedotas, estava sempre connosco, fez realmente parte da equipa. Não se portou nada como uma estrela.
O que é que os fãs podem esperar quando entrarem na sala escura?
O “Admirável mundo movo” está cheio de esperança e empatia para com os outros. A força bruta nunca é a primeira opção do Capitão América. Porque para ele também pode ter consequências. É uma pessoa como qualquer outra, pode morrer. Espero que os espectadores vejam o melhor que há em si mesmos quando olharem para o Sam Wilson.
Já é um veterano dos filmes da Marvel. Há para si um mundo para além da Marvel?
Felizmente que sim. Passo muito tempo a participar em outros projetos para lá do mundo Marvel. E é isso que faz com que seja tão especial de cada vez que tenho de voltar a representar o Sam Wilson. Mas eu gosto de ter vários hobbies e interesses na vida, e de estar rodeado das pessoas de que gosto. A Marvel é a cereja em cima do bolo.
