É o destaque da semana nas estreias de cinema: "Apanhado a roubar" é realizado pelo cineasta Darren Aronofsky, autor de "A baleia" e "O cisne negro".
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Houve uma altura em que se ia à sala de cinema pelo nome do cineasta. Com uma certa normalização do cinema, em que muitos filmes se parecem demasiado uns com os outros, os realizadores, sobretudo no quadro dos grandes estúdios de Hollywood, transformaram-se numa espécie de funcionários, sem grande margem para marcas pessoais.
Vem isto a propósito da estreia de "Apanhado a roubar", filme que chega às salas esta quinta-feira e que poderá passar despercebido no meio de outros lançamentos de verão - mas que tem por trás um dos autores mais originais e imaginativos do cinema do novo milénio, Darren Aronofsky.
O cineasta marcara o seu território com o experimental "Pi", a que se sucedera um impressionante filme de culto, "A vida não é um sonho". Não havia dúvidas, Aronofsky era uma das novas vozes de um cinema americano em renovação, o que comprovou com obras de maior impacto público como "O Wrestler" fabuloso regresso de Mickey Rourke, ou "Cisne negro", com Natalie Portman.
Os seus filmes mais recentes, no entanto, mostravam um realizador a deixar-se levar pela ambição, assinando obras megalómanas, ou pretensiosas, como "Mãe" ou "A baleia" (que deu o Oscar de melhor ator a Brendan Fraser).
Não admira, pois, e é de louvar, que Aronofsky tenha agora baixado um pouco a fasquia, ao mesmo tempo que regressava, de forma ficcional, a um tempo e um território que bem conhece, a Nova Iorque dos anos de 1990.
É aí que decorre "Apanhado a roubar", história de uma ex-vedeta do basebol, cuja vida tranquila é acidentalmente atirada para um vórtice de roubos e violência pelo seu vizinho punk.
Encontrar a marca do estilo visual e narrativo do cinema de Darren Aronofsky, acima do mero entretenimento, é assim um prazer adicional que se pode ter com a descoberta desta comédia negra "Apanhado a roubar".