O músico brasileiro Jards Macalé e o pianista panamiano Danilo Pérez, em formato trio, são alguns dos destaques da programação do primeiro trimestre de 2024 do Auditório de Espinho, marcada pela aposta em projetos nacionais.
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Com muitos artistas no teatro, na música erudita, spoken word, contemporânea, experimental e indie, o primeiro trimestre do próximo ano no Auditório de Espinho vai ser palco de intensa criação nacional.
“É uma programação que convida à descoberta, que apela à curiosidade de cada um de nós”, sintetiza o programador André Gomes, realçando a ausência de “quaisquer cedências artísticas”.
Apesar do predomínio português, há várias propostas oriundas do estrangeiro.
Já a 26 de janeiro, o anfiteatro espinhense recebe a pianista dinamarquesa Kathrine Windfeld com a Orquestra de Jazz de Espinho, como solista e maestrina convida, num concerto que marca a 'rentrée'.
O último sábado de fevereiro, dia 24, vai ser marcado pelo concerto do guitarrista e compositor Steve Gunn com o o pianista e compositor David Moore, para a apresentação do álbum “Let the Moon be a Planet”.
Saltando para março, no dia 16, sobe ao palco Jards Macalé, músico que se propõe revisitar dos 50 anos do disco homónimo que marcou a sua estreia a solo.
A programação internacional do trimestre encerra a 27 de março com o trio do pianista Danilo Pérez, composto ainda pelo baterista e compositor Adam Cruz e por John Patitucci do quarteto de Wayne Shorter do qual Pérez fez parte.
Na extensa produção nacional presente ao longo dos próximos três meses, realce, já a 2 de fevereiro, para o espetáculo "Monólogo de uma mulher chamada Maria com a sua patroa", de Sara Barros Leitão, que conta a história das mulheres humilhadas e escravizadas.
Também em fevereiro, mas no dia 9, o oboísta Tiago Coimbra apresenta um concerto para oboé e orquestra do compositor suiço Peter Mieg.
Segue-se o Drumming GP, a 16, com uma obra encomendada ao compositor Carlos Guedes, intitulada “Time poetries”, um ciclo de peças para quarteto de lâminas e pequenos instrumentos de percussão e eletrónica, sob suporte fixo, que exploram a passagem do tempo em música.
As ofertas vão multiplicar-se em março. A 2 está previsto o concerto “City of Glass” de Daniel Bernardes Trio & Coro Ricercare (2), baseado na primeira história da “Trilogia de Nova Iorque”, de Paul Auster, levando o público numa viagem sonora com António Quintino, no contrabaixo e Joel Silva, na bateria.
Segue-se o jovem trio lisboeta, Expresso Transatlântico, a 9, com Gaspar Varela, na guitarra portuguesa, Sebastião Varela, na guitarra elétrica e Rafael Matos, na bateria, para uma viagem musical entre as influências da tradição portuguesa e as sonoridades globais contemporâneas, com a apresentação de “Ressaca Bailada”.
O novo projeto de Adolfo Luxúria Canibal e António Rafael, ambos membros dos Mão Morta “Estilhaços da Escuridão”, dedicado à memória da documentarista sonora Sofia Saldanha, que participa no álbum, é apresentado em palco a 23 de março, com a participação especial do Ensemble Vocal da Escola Profissional de Música de Espinho.