Arata Isozaki é o vencedor da edição de 2019 do Prémio Pritzke, anunciou esta terça-feira a organização do mais importante galardão de arquitetura.
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Arata Isozaki é japonês e tem 87 anos. É o sexto arquiteto japonês a receber esta que é considerada a mais importante distinção no campo da arquitetura, depois de Kenzo Tange (1987), Fumihiko Maki (1993), Tadao Ando (1995) e da dupla Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa (2010).
O seu trabalho "vai além do quadro de arquitetura e levanta questões que transcendem épocas e fronteiras", justificou o júri.
Considerado um visionário pelos seus pares, Isozaki sempre se enfrentou no seu trabalho como um arquiteto com um "profundo compromisso com a arte do espaço" e com uma "precisão e habilidade" demonstradas em "técnicas de construção, na interpretação da localização e do contexto e uma intencionalidade nos detalhes", segundo a mesma fonte, cita pela agência noticiosa Efe.
Arata Isozaki "tem um profundo conhecimento da teoria e história da arquitetura e abraça a vanguarda. Não se limita a reproduzir o 'status quo', mas prossegue a sua demanda do sentido da arquitetura, o que se reflete nos seus edifícios, desafiando categorizações estilísticas, e estão em constante evolução e revelando sempre frescura na sua abordagem", acrescenta o júri.
No ano passado, o distinguido com o Pritzker foi o arquiteto indiano Balkrishna Doshi, autor de mais de uma centena de projetos em 70 anos de carreira.
O Prémio Pritzker (o Oscar da arquitetura) é o reconhecimento mais importante que um arquiteto pode receber em vida. A honraria é outorgada todos os anos a profissionais cuja obra construída "tenha produzido significativas contribuições para a humanidade ao longo dos anos", segundo explica a própria organização.
O prémio, no valor de cem mil dólares (87,900 euros) surgiu por iniciativa de Jay Pritzker através da Fundação Hyatt, organização associada a empresa hoteleira que o mesmo fundou em conjunto com seu irmão Donald em 1957.
O arquiteto norte americano Philip Johhnson, conhecido como autor da famosa Glass House (1949) foi o vencedor da primeira edição do prémio, ocorrida em 1979
O Prémio Pritzker vai na 40ª edição e já galardoou arquitetos de 18 diferentes nacionalidades. Metade dos premiados tem nacionalidade europeia.
Os portugueses Siza Vieira, em 1992, e Eduardo Souto Moura, em 2011, já foram galardoados com o Pritzker
América, Ásia e Oceânia dividem as outras vinte edições, e até hoje nenhum africano foi contemplado. Ao longo das 40 edições apenas três mulheres figuram na lista de premiados, Zaha Hadid (2004), Kazuyo Sejima em conjunto com Ryue Nishizawa (2010) e Carmen Pigem (2017 juntamente com Ramón Vilalta e Rafael Aranda).
Todos os vencedores
2017 - Rafael Aranda, Carme Pigmen & Ramon Vilalta
2016 - Alejandro Aravena
2015 - Frei Otto
2014 - Shigeru Ban
2013 - Toyo Ito
2012 - Wang Shu
2011 - Eduardo Souto de Moura
2010 - Kazuyo Sejima e Ryue Nishizawa
2009 - Peter Zumthor
2008 - Jean Nouvel
2007 - Richard Rogers
2006 - Paulo Mendes da Rocha
2005 - Thom Mayne
2004 - Zaha Hadid
2003 - Jorn Utzon
2002 - Glenn Murcutt
2001 - Jacques Herzog e Pierre Meuron
2000 - Rem Koolhass
1999 - Norman Foster
1998 - Renzo Piano
1997 - Sverre Fehn
1996 - Rafael Moneo
1995 - Tadao Ando
1994 - Christian de Portzamparc
1993 - Fymihiko Maki
1992 - Álvaro Siza
1991 - Robert Venturi
1990 - Aldo Rossi
1989 - Frank Gehry
1988 - Gordon Bunshaft
1987 - Oscar Niemeyer
1987 - Kenzo Tange
1986 - Gottfried Böhm
1985 - Hans Hollein
1984 - Richard Meier
1983 - I. M. Pei
1982 - Kevin Roche
1981 - James Stirling
1980 - Luis Barragán
1979 - Philip Johnson