42.ª Feira de Arte abre hoje sob o lema "O Mediterrâneo: um mar redondo". "Muitos colecionadores do Porto vão lá comprar", diz galerista João Azinheiro.
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"A ARCOmadrid continua a ser o grande trampolim europeu e montra para o mercado da América Latina na Europa", garante ao JN a curadora Andreia Sarmento. Por isso mesmo parece-lhe natural que as galerias nacionais marquem presença, até por "alguma pressão dos artistas que representam".
A 42.ª edição da ARCOmadrid-Feira Internacional de Arte Contemporânea arranca hoje, na capital espanhola, sob o signo "O Mediterrâneo: um mar redondo". É comissariada por Marina Fokidis, e com o conselho de Bouchra Khalili, Hila Peleg e Pedro G. Romero (artista que tem trabalhado frequentemente em Portugal), em torno das cenas artísticas dos países banhados por este mar. Num total de 185 galerias de 30 países, 13 galerias são portuguesas: dez de Lisboa (3+1 Arte contemporânea; Babony; Bruno Múrias; Carlos Carvalho; Cristina Guerra, Miguel Nabinho; Pedro Cera; Uma Lukik; Vera Cortés e Filomena Soares) e três do Porto (Kubik Gallery; Quadrado Azul e Lehman+Silva) participam no certame.
Quatro escolhidos
João Azinheiro, da Kubik Gallery, no Porto, marcará presença pelo sexto ano consecutivo e garante que "a feira é um bom momento de venda, muitos colecionadores de arte do Porto, vão à ARCOmadrid comprar". O fenómeno, explica, prende-se com "o espaço de apresentação que é muito importante, permitindo uma aproximação e uma exibição fora do contexto", comenta ao JN. Nesta edição, além de uma zona de acervo como uma galeria interna, onde estarão presentes vários artistas representados pela Kubik, o galerista elege quatro que considera serem merecedores de destaque: Pedro Tudela, Pedro Vaz, Artur Lescher e Felipe Cohen. Duas gerações (de 1960 e 1970), geografias e linguagens artísticas diferenciadas.
"Pedro Tudela, evidenciado artista português, há muito representado pela galeria, levará uma das suas composições escultóricas"; Pedro Vaz participará com "uma série de pinturas que iniciou na mata Atlântica, no percurso do caminho do Ouro". Artur Lescher "artista muito reconhecido na América do Sul pelas suas criações de espaços arquitetónicos", será o terceiro destaque da Kubik. Felipe Cohen encerra o grupo: "É um artista de muito reconhecimento em Madrid e levará uma série de pinturas", aponta João Azinheiro.
O Porto era o centro
O galerista chega a Madrid recém-regressado do Brasil, onde esteve a representar outros artistas da Kubik Gallery. "O Porto era o centro das artes contemporâneas e agora o centro mudou, apesar de algum esforço da Câmara do Porto", comenta, acrescentando que "o espaço galerístico é cada vez mais espremido". Andreia Sarmento corrobora: "Numa época de globalização, é importante não descurar a proximidade. Até porque os grandes compradores de arte não vão comprar pelo Instagram, preferem ir às feiras e ver as seleções dos galeristas". A ARCOmadrid encerra dia 26.