O Banco das Artes Galeria, em Leiria, acolhe uma exposição individual do artista nascido em França.
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O Banco das Artes Galeria, em Leiria, acolhe a exposição “Arqueologia do Ser” de Thierry Ferreira (FR, 1970). Encontramos o autor bem representado no espaço público nacional e internacional, devendo referir-se um currículo de mais de duas décadas, que inclui, depois da diáspora, a licenciatura e o mestrado em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design do Politécnico de Leiria.
Reside em Alcobaça e do seu currículo, interessa destacar dezenas de exposições, individuais e coletivas, participações em simpósios e em encontros internacionais de escultores, e sobretudo as obras que tem desenvolvido para espaços públicos um pouco por todo o mundo e que vão de Hulan (China) às Caldas da Rainha (Portugal), passando, a título de exemplo, por Sept-îles (Canadá), Caransebes (Roménia), Teerão (Irão), Penza (Rússia), Julienne (França), Resistência (Argentina) ou Rawabi (Palestina).
Em todos estes momentos, o artista é, primeiro, um viajante, um caminheiro, preferindo descobrir os lugares através da travessia do corpo que deambula pela natureza e lhe descobre os mistérios. Em “Arqueologia do Ser”, permite aos públicos escavar a sua natureza. A abordagem ao Banco das Artes Galeria e o percurso criado pela exposição destacam-se pelo inacabado e experimental que contrasta com a arquitetura que Ernesto Korrodi (Suíça, 1870-1944) legou ao lugar que nunca se desfaz da imponência.
A exposição é um desafio a uma quase antropologia de tudo o que já conhecemos do artista e um indício do porvir. Distribui-se por dois pisos e várias salas de exposições do edifício, num percurso feito de capítulos, tais como: “Desenhos com defeito”, “Memórias dissonantes”, “Linhas de Água”, “Terra sobre lixa” (em destaque na imagem), “Armazém de Relíquias” ou “Nidificar/Cura”, explorando o desenho, a fotografia, escultura em diferentes materiais, vídeo e pintura.
“Arqueologia do Ser” é uma exposição surpreendente, despretensiosa, rica e livre de Thierry Ferreira. É uma hipótese sobre os caminhos da experimentação e a importância do processo para a produção artística contemporânea.