Mostra de João Sousa Pinto na ArtLab 24 explora sentido fantasioso de possibilidades
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Movido pelas palavras do poeta norte-americano Mark Strand segundo as quais “um céu sem nuvens é deserto e azul”, João Sousa Pinto faz da sua nova exposição na ArtLab 24, intitulada precisamente “Atravessar o deserto azul”, um inventário de imagens fortemente impressivas que apelam a um “sentido fantasioso de possibilidades”, como refere o artista, parafraseando Robert Musil em “O homem sem qualidades”.
Ora revolto, ora pacífico, o céu, sempre imenso e enigmático, paira por estas pinturas carregadas de sentidos (e camadas) através das quais o visitante se vai confrontando com a sua essência múltipla. “Fixo o pigmento e pinto várias camadas de tinta acrílica, translúcida, sobre o desenho. Às vezes perco a imagem, ou fica no limite da visibilidade, é um processo sem retorno”, como explica João Sousa Pinto no texto de apresentação da exposição, em que adianta também que “o desenho não é um mediador estéril entre mim e a ideia, ele impõe-se, tem uma natureza própria – como a negação do cachimbo”.
Aberta ao público em Espinho em outubro de 2018, a ArtLab 24 tem vindo a assumir-se como um laboratório dinâmico de “ideias e diálogos em torno da arte atual”, afirmando-se como uma comunidade composta por artistas, curadores, colecionadores e público em geral.
A exploração das inúmeras potencialidades dos processos criativos é o principal foco da ação da sua coesa equipa, constituída por Fernando Silva (direção geral e de produção), André Lemos Pinto e Paulo Moreira (curadoria e coordenação de projetos) e J. Jorge Marques (coordenação das conversas com artistas e curador convidado).
A exposição “Atravessar o deserto azul” está patente ao público até 22 de fevereiro e pode ser visitada às sextas e sábados, das 15 às 19 horas. Nos restantes dias pode ser visitada mediante marcação prévia.
“Atravessar o deserto azul”
João Sousa Pinto
ARTLAB 24 (Espinho)