Tendo em conta a nova terminologia linguística, há dois tipos de classe de palavras: a aberta e a fechada.
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No que diz respeito à classe aberta, trata-se de palavras que são compostas por um número potencialmente ilimitado, às quais a evolução da língua vai acrescentando novos elementos, que aparecem para referir novas realidades. Pertencem a esta classe os nomes, os adjetivos, os verbos, os advérbios e as interjeições.
Fazem parte da classe fechada aquelas que têm um número limitado e em que a evolução da língua raramente acrescenta novos elementos. Assim, os pronomes, os determinantes, os quantificadores e as preposições pertencem à classe fechada de palavras.
O nome é, pois, uma palavra pertencente à classe aberta. Pode variar em género, em número e, em alguns casos, em grau (aumentativo e diminutivo). Além disso, é o núcleo do grupo nominal, podendo coocorrer com determinantes ou quantificadores, que o antecedem.
O nome pode ser próprio, comum contável, comum incontável e coletivo.
No primeiro caso designa um referente fixo e único num determinado contexto discursivo (António Lobo Antunes é um grande escritor português).
O nome comum contável não designa necessariamente um referente único e fixo, como é o caso da palavra escritor. Aplica-se a objetos ou referentes que podem ser diferenciados como partes singulares ou partes plurais de um conjunto.
Quanto ao nome comum não contável, designa entidades em que não é possível distinguir partes singulares de pares plurais (A farinha é um ingrediente fundamental para fazer um bolo).
O nome coletivo, quando está no singular, refere um conjunto: cardume (peixes), rebanho (ovelhas), turma (alunos).
As classes podem ser constituídas por palavras variáveis ou invariáveis. As primeiras apresentam variação de forma (feminino ou masculino) e as segundas mantêm a mesma forma.
Nos seres animados, o género natural (dado pelo sexo) coincide normalmente com o género gramatical (o pai/a mãe).
Existem ainda alguns nomes de seres animados que são uniformes quanto ao género. Deste modo, os nomes epicenos designam animais cuja distinção do género é feita através das palavras macho e fêmea (o golfinho, o elefante). Os nomes sobrecomuns designam pessoas sem distinguir o género natural (a criança, a testemunha, a vítima). Há igualmente os nomes comuns de dois, cujo género é indicado pelo determinante (o/a jovem; o/a artista).
O nome atribuído a seres inanimados não varia em género (o sofá, a televisão).
No que diz respeito ao número, os nomes também podem ter flexão (singular/plural). Contudo, existem nomes uniformes, isto é, com uma só forma. É o caso dos nomes cujo número se distingue pelo determinante (o/ os lápis), ou aqueles que só se utilizam no plural (parabéns).
Por último, os nomes podem também apresentar variação em grau: aumentativo e diminutivo. Na primeira situação, pode traduzir grandeza (casarão) ou ser depreciativo (narigão); no segundo, pode significar pequenez (casinha), ou ternura (cãozinho) ou ainda desprezo (homenzinho).
Na próxima semana, abordaremos o adjetivo.
* Professora de Português e formadora do acordo ortográfico