"Como punhos para deifrar o futuro" reúne largas dezenas de colaborações de amigos. Obra vai ser apresentada na próxima segunda-feira, na Livraria Lello, no Porto.
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Todos sabemos que um livro, por mais completo que seja, será sempre uma pálida aproximação a essa soma de infinitos instantes que é a vida. Sobretudo quando a vida em questão é a de alguém com uma entrega tamanha à causa pública e ao bem comum como é Ilda Figueiredo.
E, todavia, lendo "Como punhos para decifrar o futuro", livro que largas dezenas de amigos lhe dedicaram como forma de desejarem um rápido restabelecimento físico, chegamos ao final com a sensação de que, como que por milagre, há obras capazes de acederem aos mais ínfimos recantos de um ser humano.
Às dezenas de retratos (e não só) da presidente do Conselho Português para a Paz e Cooperação, da autoria de nomes firmados como Álvaro Siza Vieira, Isabel e Rodrigo Cabral, Henrique do Vale, Emerenciano ou Evelina Oliveira, somam-se ainda outros tantos textos de escritores, autarcas, professores, médicos ou jornalistas.
Todos eles unidos por uma confessa admiração pela antiga deputada, eurodeputada ou vereadora municipal, cuja ligação à política é indissociável da sua própria existência desde a juventude.A resistência infatigável e o apego atávico aos direitos dos mais desprotegidos são amplamente mencionados em escritos onde, como refere o professor universitário e crítico literário José António Gomes, a humanidade parece levar sempre a melhor, contra todo o cinismo instalado: "Contigo, Ilda, se reaprende o sentido da esperança".
Além dos contributos de Mário Cláudio, Valter Hugo Mãe, Manuel Sobrinho Simões ou Fátima Vieira, o livro contém ainda um texto do escritor Álvaro Magalhães, para quem a homenageada "é uma montanha branca de ternura e afeto pelos outros", como se chamasse para si o ofício de "tomar conta do mundo", à semelhança do que disse Clarice Lispector sobre si mesma.
Coordenado pelo artista plástico e jornalista Agostinho Santos, diretor da Biela de Arte de Gaia, o volume constitui uma impressionante manifestação de afeto(s) a quem sempre soube distribuí-los de forma magistral ao longo da vida.O livro "Como punhos para decifrar o futuro" vai ser apresentado na Livraria Lello na próxima segunda-feira, às 21 horas, com a presença dos seus autores.