Exposição sobre 31 projetos do arquiteto finlandês Alvar Aalto está patente até 2026 no Museu de Serralves, no Porto.
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Fez-se arquiteto ao mesmo tempo que a Finlândia, onde nasceu, se fez país. Desenvolveu uma visão própria do moderno, preferindo as formas orgânicas às geométricas e introduzindo uma forte componente natural e humanista. É autor de 13 projetos nomeados a Património Mundial da Unesco. E deu nome a um dos mais prestigiados prémios de arquitetura do Mundo.
Como se costuma dizer, por trás de um grande homem... há, neste caso, duas mulheres - decisivas no trabalho de Alvar Aalto (1898-1976), cuja obra é lembrada na exposição patente na Ala Álvaro Siza do Museu de Serralves, no Porto
Não é coincidência a localização da mostra: o finlandês é uma das referências de Álvaro Siza, que foi agraciado, em 1988, com a Medalha Alvar Aalto, dedicada a "contributos significativos para a criação arquitetónica". Outro português distinguido com este prémio foi Paulo David, em 2012.
Organizada biblicamente pelo curador, António Choupina, a cada sala corresponde o nome de um dos livros do Antigo Testamento, como Génesis, Levítico, Êxodo ou Deuteronómio. E ali se encontram materiais sobre 31 projetos - alusão aos 31 anos que passaram sobre a morte da segunda mulher do arquiteto, Elissa Aalto (1922-1994). De plantas e maquetas, a fotografias e peças concebidas pelo arquiteto para a empresa de mobiliário que fundou com a primeira mulher, Aino Aalto (1894-1949) - a Artek. O documentário "Aalto", de Virpi Suutari, surge também em vários locais da mostra, enquadrando a vida do arquiteto e o papel das duas mulheres no desenvolvimento da sua obra.
Entre os projetos escolhidos, encontram-se joias como a Biblioteca Vipuri (1927-35), atualmente localizada em território russo; a Baker House do MIT, nos EUA (1947-49); a Ópera Aalto, em Essen, na Alemanha (1959); o Sanatório de Paimio, na Finlândia (1928-33); ou a magnífica Casa Louis Carré Bazoches-sur-Guyonne, em França, construída entre 1956 e 1963.
"Aalto"
Museu de Serralves, Porto
Patente até 4 de janeiro de 2026