Festival volta a ter três dias, de 6 a 8 de junho de 2024, no Parque da Cidade. Há Lana del Rey, SZA, PJ Harvey, Mitski, Kim Petras e ainda Justice, The National, Pulp, Lambchop, Arca, Billy Woods e 48 artistas no total. “Queremos 35 a 40 mil pessoas por dia”, diz o diretor João Barreiro.
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“É um orgulho nosso, do Primavera Sound Porto, ter-mos, e já desde 2019, paridade masculino/feminino no cartaz”, diz ao JN o diretor do festival, João Barreiro. “E este ano voltamos a ter essa paridade, mas, sim, concordo, olhando para o cartaz, que é fortíssimo, os nomes que soam mais alto são os das mulheres”.
Com Lana Del Rey a atuar pela primeira vez no Porto – a musa melancólica do indie-pop cinematográfico, 38 anos, “é a estrela óbvia e a que tem, de todos, o cachet mais caro”, diz Barreiro; a norte-americana não atua em Portugal desde 2019 –, no cartaz de 2024 sobressaem muitas mulheres: SZA (deidade neo-soul, norte-americana, 34 anos, “andávamos atrás dela há muito”), Mitski, PJ Harvey, Amyl and the Sniffers, Kim Petras (alemã, 31 anos, nova diva dance-pop), Ethel Cain (dream-pop, EUA), Blonde Redhead ou a perenidade folk de Julie Byrne, além de “uma bela brigada de artistas nacionais como Best Youth, Amaura, Ana Lua Caiano ou Soluna, novo reggaeton lisboeta, pulsante, sangue argentino e angolano”, diz o diretor.
Homens e guitarras
Com um regresso ao formato de três dias, com 48 artistas divididos por cinco palcos do recinto relvado do Parque da Cidade, de 6 a 8 de junho de 2024, de quinta-feira a sábado, o Primavera Sound Porto tem também, “evidentemente”, sublinha o seu diretor, “bandas fortes conduzidas por homens, como Pulp, Justice, The National, Lambchop, American Football (post-rock, EUA), Royal Otis (pop-rock australiano), Shellac, Crumb (psy-rock, EUA) ou o rock-drone português dos Máquina, sem esquecer o novo hip hop, com a grande aposta em Billy Woods”.
É um “cartaz heterogéneo, muito competitivo, muito completo. Sentimos que, de certa forma, voltamos às origens, voltamos a casa, com um pouco menos de hip hop e eletrónica, e muitas guitarras”, conclui João Barreiro, sublinhando que o “orçamento geral é ligeiramente inferior aos 13 milhões de euros do ano passado, em que o festival durou quatro dias”.
O maior patrocinador é a Câmara do Porto: investe “de novo 600 mil euros”.
Cinco pequenas pérolas
A expectativa de público mantém-se alta: em 2023, o Primavera Sound Porto “cresceu para uma média de 31 mil pessoas por dia, mas este ano queremos superar esse valor. O festival merece continuar a crescer e chegar às 35/40 mil pessoas por dia”, antevê Barreiro.
Entre os nomes de mais baixa densidade tipográfica, o cartaz contém pérolas como Tirzah e as suas canções de amor porosas e vanguardistas, minadas de ritmos irregulares e crateras cheias de chuva; Eartheater (uma turbulência dançante com vozes oblíquas); Mannequin Pussy (equilíbrio entre caos fervilhante e a vulnerabilidade devastadora do punk); Mandy Indiana (ritmos dançantes, guitarras corroídas, voz vibrante, violência e transcendência) ou Arca e o seu avant-pop experimental, tão furioso quanto blandicioso e tão original.
Bilhetes a 175 euros para três dias
O passe geral de três dias do Primavera Sound Porto 2024, que já está à venda, custa agora 175 euros – até junho ainda vai subir de preço.
Há uma versão VIP do bilhete geral: custa 250 euros.