O ator e realizador Nicolau Breyner morreu, esta segunda-feira, aos 75 anos.
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Herman José
"Perdi um irmão e um amigo. Não imagino vida mais útil e mais profícua, a minha gratidão será eterna", escreveu, no Facebook, Herman José, que partilhou, com Nicolau Breyner, no início da sua carreira, o 'sketch' "Senhor Feliz e Senhor Contente", no programa do ator "Nicolau no País das Maravilhas", transmitido pela RTP, em 1975.
Vítor de Sousa
"É uma grande perda que sinto. Era um homem de qualidades extraordinárias, um homem e um amigo, tudo escrito a maiúsculas", disse o ator Vítor de Sousa. "Comecei a amar o Nico enquanto espectador, ao ver as comédias que ele fazia, e depois ficámos amigos, quando fizemos o primeiro trabalho juntos, a telenovela 'Vila Faia'", frisou.
Rita Blanco
A atriz Rita Blanco, que não costuma dar o seu testemunho nestas ocasiões, afirmou: "Gostava tanto do Nico, que é só [afirmar] que me curvo, em homenagem ao pioneiro, que, para além disso, estava sempre disponível para as pessoas". "Quando ele morre, morre mesmo uma pessoa da nossa família, porque nós, apesar de tudo, com todos os defeitos, somos uma família, que é a dos palhaços, e ele era mesmo um dos chefes desses", rematou a atriz.
Simone de Oliveira
"Conheci-o há 50 anos, e guardo dele a amizade, a ternura, o respeito, o bom colega, o homem louco, apaixonado, que me tratava por Maria Saudade e eu [que o tratava] por João Nicolau, nunca o tratei por Nico - ele dizia que era só eu e a mãe que o tratavam assim".
Para Simone de Oliveira, "perde-se um grande homem da cultura, um ator, um diretor de atores, uma pessoa com grande sensibilidade, que não foi um grande cantor, porque não quis, chegámos a fazer os dois uma peça em que ambos cantávamos, eu tinha 25 e ele, 23 anos".
Francisco Moita Flores
"Adeus, Nico: É com a garganta magoada, com o coração em pranto, que te digo adeus, meu bom amigo. Foste a estrela maior em todos os palcos. No Teatro, na Televisão, no Cinema. E o mais terno e fraterno dos amigos. Não morreste, Nico! És imortal. Quem ama o talento, a cultura, as artes vai continuar a viver contigo no coração. Até breve. Com aquele abraço de sempre!".
Eduardo Madeira
"Afinal não foi apenas janeiro. O ano 2016 está mesmo a ser devastador. Nicolau Breyner fazia parte do património artístico do país. Foi um grande ator (e um ator de comédia soberbo). Cansa-me um pouco o Facebook ser quase um obituário mas não consigo ficar indiferente a um desaparecimento destes. Ele era grande e por isso partiu no ano em que outros grandes partiram também. O Nicolau que descanse em paz. O país segue mais pobrezito."
Sofia Alves
"O destino juntou-nos nas artes e Deus deu-me o privilégio de ter a tua amizade... A dor e a tristeza de te perder querido Nico é imensa... Rezo a Deus por ti com a certeza de que um dia nos encontraremos. Luto profundo, vazio, choque... Foste um pai da ficção, um homem maravilhoso, um Mestre. Obrigada por tanto. Descansa em paz".
Florbela Queiroz
A atriz Florbela Queiroz que foi colega de Nicolau Breyner no Conservatório Nacional, e com quem contracenou ao longo da carreira, muito emocionada disse que o ator "era como se fosse uma pessoa de família". Em lágrimas, a atriz recordou "as inúmeras peças em que contracenaram", assim como séries, designadamente "Reformado e mal pago" e telenovelas como "Passerelle" e "Origens".
Filipe La Féria
"Foi um amigo e um grande ator", disse o criador de "Passa por mim no Rossio", sublinhando que Nicolau Breyner era praticamente seu conterrâneo, pois nasceram em localidades muito próximas, no Alentejo. Filipe La Féria manifestou-se "chocado" com a "morte inesperada", recordando que ainda há pouco tempo estiveram juntos num almoço, a rir e a conviver.
Ana Zanatti
Para a atriz Ana Zanatti, que contracenou com o ator na série "Nico d'Obra" - formavam o casal Alice e Nicolau Lopes -, a morte de Nicolau Breyner foi "uma perda muito grande para todos, não apenas para família e amigos". "Foi uma grande morte também para o público, o Nicolau era um ótimo ator que o grande público se habituou a ver ao longo de muitos anos, não só no teatro, como também na televisão, pelo que o público se habituou a vê-lo quase como família", disse.
Maria do Céu Guerra
"Todos os dias falávamos intensamente em novos projetos - um para a televisão e outro para o teatro - e estávamos muito entusiasmados. Fico imensamente triste e não vou falar desses projetos, vão ficar só entre nós dois", disse a atriz
António-Pedro Vasconcelos
"Fiz o filme 'Os Imortais' a pensar nele, porque era um ator único, que sabia muito bem interpretar todas as emoções - a tristeza, a alegria, a ironia - e doseá-las para cada cena", disse António-Pedro Vasconcelos.
De acordo com o realizador, como pessoa, "era muito bem-disposto nas filmagens, e aparentemente leviano - porque muitas vezes, nas pausas das cenas, falava ao telemóvel para contar anedotas - mas sabia concentrar-se totalmente quando era necessário". "Ele sabia muito de cinema e tinha a noção total de como estava a ser filmado e do era preciso fazer. Era muito fácil fazer filmes com ele", sublinhou o cineasta, recordando ainda a "generosidade para com os atores mais novos, que tentava sempre apoiar".
Joaquim Leitão
"Foi um dos atores com quem mais gostei de trabalhar, porque tinha um talento natural e fazia tudo com enorme facilidade. Apesar de ser uma figura muito conhecida e com uma grande carreira, nunca foi arrogante", apontou o realizador.