Aventura de 1966 "O combate dos chefes" já chegou à Netflix e agora tem mais personagens femininas.
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Astérix regressou ao pequeno ecrã, na Netflix, oito anos após a animação "O segredo da poção mágica" e dois anos depois do filme em imagem real "O império do meio". Agora, é uma minissérie de cinco episódios que adapta "O combate dos chefes", o sétimo álbum da série, datado de 1966.
São cerca de três horas de animação, com argumento de Alain Chabat e Benoît Ouillon. Chabat, que já se tinha distinguido com "Missão Cleópatra" (2002), também assina a realização com Fabrice Joubert e ainda dá voz a Astérix na versão original, a par de Gilles Lellouche (Obélix), Anaïs Demoustier (Metadata) e Thierry Lhermitte (Panoramix). Na versão nacional, estas personagens foram entregues a Manuel Marques, Eduardo Madeira, Rita Tristão e Carlos Vieira de Almeida.
Na origem da aventura está um desafio colocado a Matasétix, chefe dos gauleses irredutíveis, por um gaulês rendido à civilização romana, com base numa antiga tradição que entrega a chefia das duas tribos ao vencedor de um combate singular. Para garantir a vitória do seu apoiante, os romanos decidem capturar Panoramix.
As coisas não correm como planeado, mas, atingido por um menir lançado por Obélix, o druida fica amnésico e incapaz de se lembrar da receita da poção mágica que torna os gauleses invencíveis.
Mais três mulheres
A série televisiva, fruto dos tempos que correm, regista aumento da figuração feminina e introduz três personagens: a jovem Metadata que invoca aquele costume perante César, a mãe deste último e uma druida gótica. Nenhuma delas é muito convincente e não acrescentam nada de significativo ao enredo, embora contribuam para o tom mais familiar da produção.
Os apreciadores de Astérix irão divertir-se com as várias referências a outras aventuras, a mais evidente das quais o primeiro episódio, inspirado em "Como Obélix caiu no caldeirão do druida quando era pequeno", que tem o senão de lhe atribuir a descoberta acidental da receita da poção mágica.
O desenrolar da história, ao longo de quatro episódios, acaba por criar alguns momentos mortos, mas, globalmente, decorre a bom ritmo, tem humor e uma assinalável fidelidade ao espírito da série. Como exceção, surge a alteração de um pormenor fundamental do combate, que deturpa o sentido da narrativa original, depois recuperado por portas travessas.
Aproveitando a estreia na Netflix, a editora ASA lançou uma versão especial de "O combate dos chefes", com 16 páginas exclusivas que contextualizam a publicação original da BD.