
O ato aconteceu nas primeiras horas da manhã deste domingo
AFP
Ativistas ecológicos do grupo "Última Geração", autores de alguns protestos realizados nas últimas semanas em Itália, atiraram, este domingo, tinta contra a famosa escultura do artista Maurizio Cattelan que representa o dedo médio levantado.
A informação foi avançada pela polícia italiana, que interveio no local e deteve três jovens, depois encaminhados para a esquadra para identificação e eventual acusação por danos à estátua que adorna a frente do edifício da Bolsa de Valores de Affari de Milão.
O ato aconteceu nas primeiras horas da manhã deste domingo, quando os ativistas atiraram latas de tinta amarela à base da escultura conhecida como "O Dedo" e desfraldaram uma faixa em que se lia a frase "Stop aos combustíveis fósseis e aos bancos italianos que financiam o atual sistema de energia".
Este grupo ambientalista já realizou vários atos deste tipo, tendo visado a fachada do teatro La Scala, de Milão, e a sede do Senado, em Roma.
A escultura de Cattelan, autor de obras controversas como a que representa um meteorito a cair sobre o antigo papa João Paulo II, também foi vista como um ato de provocação desde que foi colocada, em 2010, frente à Bolsa de Milão.
A obra representa uma mão que tenta fazer a saudação romana, mas com os dedos cortados, deixando apenas o dedo médio levantado, num gesto contra um palácio construído durante o fascismo, mas também símbolo do poder económico.
Batizada pelo artista como "LOVE", mas sem o significado em inglês de amor e sim como sigla das palavras liberdade, ódio, vingança e eternidade, a escultura foi muito contestada quando foi colocada em frente ao edifício, mas o arquiteto Stefano Boeri, conselheiro da Cultura de Milão em 2012, decidiu deixá-la naquele local.
O gesto hoje denunciado foi duramente criticado pelo líder do partido de extrema-direita Liga e ministro dos Transportes, Matteo Salvini.
"Esses pseudo-ambientalistas vandalizaram outra obra de arte em Milão: não são ambientalistas, são vândalos que merecem ir para a prisão", afirmou.
