O ator britânico Jude Law, que se destacou no Festival de Cinema de Cannes com uma interpretação impactante do rei Henrique VIII no filme "Firebrand", comparou, esta segunda-feira que vê a monarquia do seu país "como um teatro".
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"Vejo tudo isto como um teatro, embora o teatro me deixe um pouco mais obcecado", declarou em conferência de imprensa, após a exibição de gala no domingo de "Firebrand", realizado pelo brasileiro Karim Ainouz e concentrado na última esposa do rei, Catarina de Aragão.
"Realmente não acompanho tudo isso, vejo como um capítulo intrigante da história", acrescentou.
"Não estou particularmente interessado em fofocas", acrescentou, em alusão às tensões na atual família real britânica.
Ao mesmo tempo, "há algo realmente admirável nessas imagens como de uma cerimónia medieval, como se conecta com a atualidade", completou, referindo-se à coroação de Carlos III.
"Firebrand" é o primeiro filme em inglês do realizador brasileiro de origem argelina Karim Ainouz.
A interpretação do lendário rei inglês foi unanimemente elogiada no festival. Jude Law aparece como um ogro obeso, paranoico e sexualmente voraz, com uma gangrena na perna que o atormenta.
Na conferência de imprensa, Law contou que, para "recriar" essa ferida, recorria aos serviços de um perfumista, que misturou "cheiro de pus, sangue, fezes e suor".
"No começo eu usava discretamente", explicou, mas Karim Ainouz ficou encantado com a ideia e usou a mistura o tempo todo.
"Quando cheguei ao set foi simplesmente horrível", brincou Alicia Vikander, que interpreta Catarina de Aragão, a única esposa que sobreviveu ao rei.