Anthony B, Bonga, Dino d"Santiago & Os Tubarões, Adrian Sherwood & Omar Perry, Santrofi, Mario Lucio & The Pan African Band, Fattú Djakité, Rhodalia & Mario George Cabral e Miserable Man são os principais artistas confirmados para a edição de 2025 do Festival Azores Burning Summer, que arranca esta sexta-feira no Porto Formoso, Ilha de São Miguel.
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São já 10 as edições realizadas, fruto de uma "aprendizagem constante" que, a cada ano, leva o Eco Festival Azores Burning Summer um passo mais próximo do seu ADN: ser um festival sustentável, não massificado mas sim equilibrado, de reduzido impacto ambiental, ligado a causas sociais e ecológicas e com um cartaz cada vez mais internacional, mas sempre fortemente ligado à lusofonia.
Não havia Azores Burning Summer sem Filipe Tavares, fundador e diretor do festival, e sem a ideia de querer celebrar a bonita praia dos Moinhos no Porto Formoso, juntando à celebração, reabilitação, música, convívio e ambiente.
"O festival começou em 2015 para celebrar a praia dos Moinhos, uma praia que sempre me disse muito a mim, à minha geração e a outras gerações que depois vieram. Sempre rodeados de música, de boa disposição, de grandes convívios, de amizade, de caldeiradas, era um sítio importante para nós. Já lá tinha feito um pequeno festival em 2002, mas era muito novo, foi mais uma experiência, embora tenha ficado o bichinho", refere.
Há 10 anos, a primeira edição deste evento veio, então, "não isenta de dificuldades, como é habitual num projeto a dar os primeiros passos; mas sempre tendo presente a noção do impacto ambiental que um festival tem, pelo que sabíamos que queríamos um evento que celebrasse a praia mas sobretudo que tivesse essa responsabilidade, de fazer uma sensibilização para as questões ambientais. A nossa premissa era sempre proteger a praia dos Moinhos, estar na linha da frente da proteção daquela baía, salvaguardar o seu património natural belíssimo", adianta Tavares ao JN.
Com isto, a organização foi desenvolvendo "um conjunto de medidas que ficariam disponíveis para o público e que o levariam a perceber que pequenos gestos podem fazer uma grande diferença", destaca, especificando os investimentos feitos, com as receitas do festival, no recinto, por exemplo. "Era um campismo selvagem que conseguimos reconverter num espaço de lazer bastante aprazível e com várias infraestruturas que não são visíveis, mas que servem de apoio ao evento e não só", frisa.
O Azores foi crescendo, firmando a sua programação, tornando-se mais consistente. "Os moldes em que o festival acontece são praticamente os mesmos da edição inicial, mas agora decorre em dois dias, e tem uma programação paralela que se distribui ao longo do verão, particularmente com um programa, VIVE, dedicado à literacia em saúde e à promoção de hábitos saudáveis", adianta o diretor.
Para despertar a atenção sobre questões sociais, culturais e ambientais, decorreu ainda, no início de agosto, o programa gratuito, Cinema na Praia.
Sonoridades africanas
No evento principal que agora se inicia, a novidade está num cartaz forte onde a maior aposta reside em sonoridades africanas: segundo a organização, a edição de 2025 regista o maior investimento de sempre num cartaz musical, que quer fazer vibrar o público através do semba, afrobeat, highlife, morna, coladeira, funaná, reggae, dancehall, dub, soul, jazz entre outros. No programa, artistas consagrados e em ascensão, importantes ativistas sociais e verdadeiros embaixadores culturais, oriundos de Cabo Verde, Angola, Moçambique, Gana, Guiné Bissau, Jamaica, Itália, Reino Unido e Portugal.
Pelo grande Palco Terra Nostra irão assim passar Anthony B, Bonga, Santrofi, Dino d"Santiago & Os Tubarões, Fattú Djakité e Mário Lúcio & The Pan African Band.
No Palco KIA Tropical, localizado no interior de uma grande tenda aberta com capacidade para todos, vão atuar Adrian Sherwood & Omar Perry, Rhodalia Silvestre & Mario George Cabral, Miserable Man e os DJ"s Milhafre, Keany, Pedro Mesquita & Laura, Pedro Tenreiro e Herberto Quaresma.
Em paralelo ao cartaz principal, acontece uma programação de acesso livre, a "Moinhos Revival", no Palco Nos, na praia: famosos DJ sets que, este ano, contam com a participação de Good In Da'Hood e Tape a marcar o início do festival.
Os bilhetes podem ser comprados online, em pontos físicos ou à porta do recinto, limitados à lotação existente. Todos serão trocados por pulseiras nos dias 29 e 30 de agosto, no Moinhos Lounge Garden (18h-20h) ou na bilheteira do recinto (18h-02h).
O consumo dentro do recinto é feito com senhas e todos os copos são reutilizáveis com caução reembolsável. Das 20 às 3.30 horas, o público pode desfrutar de uma oferta gastronómica que inclui opções vegetarianas, com o apoio de parceiros locais. No Ecomarket, estarão disponíveis peças de artistas e artesãos locais, estando ainda marcadas várias Eco Talks.
Não há zona de campismo, mas o festival aposta numa logística amiga do ambiente, com exposição de veículos elétricos junto ao recinto e shuttle gratuito entre os parques de estacionamento - situados junto à entrada do Porto Formoso e no Parque de Lazer - e o recinto.
O cartaz completo e mais informações podem ser consultados online.