Cantora atua este sábado e domingo na Super Bock Arena, no Porto, e no dia 22 de abril em Lisboa. Em conversa com o JN, a artista de 24 anos diz: "Odeio improvisar e sou muito pormenorizada a trabalhar".
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Cinco anos, dois dos quais em pandemia, foram tudo o que Bárbara Tinoco precisou para passar de tentar a sorte no The Voice até anunciar um concerto em 2024 numa das mais desejadas salas do país: a Altice Arena. Para já, a cantora de "Sei lá" atua este sábado e domingo na Super Bock Arena, no Porto e em abril no Campo Pequeno - e revela ao JN os preparativos para estes espetáculos.
Em outubro de 2018, uma tímida Bárbara, de 19 anos, enfrentava os júris do programa de talentos da RTP com "Jolene", de Dolly Parton. Nenhum dos jurados se virou, mas foi-lhe pedido que cantasse um tema original: "Antes dela dizer que sim". A música tornou-se viral e o resto é história.
Encontramos Tinoco, agora com 24 anos, no Clube Ferroviário de Lisboa, perto da casa que partilha com o namorado, o também músico Feodor Bivol, a quem chama "Bichinho" - será o titulo do novo disco, a editar a 21 de abril - e com os três gatos que adotou, os outros "bichinhos" que assim também estão no álbum. É em casa que escreve, compõe e planeia os seus concertos - planeia muito os seus concertos, como revela ao JN, ao mais ínfimo pormenor, ao ponto de estar tudo tão controlado que afasta os nervos.
Estão por dias as datas de alguns dos seus espetáculos mais importantes, começando por duas Super Bock Arenas, a de sábado esgotada e a de domingo lá chegará.
Cansada mas muito acessível, fala-nos de "ensaios até às duas da manhã", sobretudo nesta reta final, para que tudo fique perfeito. "Eu odeio improvisar e sou muito pormenorizada a trabalhar, Se eu estiver muito bem preparada, fico muito menos nervosa", conta-nos.
Ao Porto segue-se o o Campo Pequeno a 22 de abril - com um palco 360º e a lotação há muito esgotada - um dia depois de sair o novo disco. E acaba de ser então anunciado o concerto com que muitos artistas sonham, num espaço que pela dimensão é sinónimo de consagração: a Altice Arena, gigante palco onde a pequena-gigante Bárbara sobe a 12 de outubro de 2024 (bilhetes já estão à venda, dos 17.50 aos 80€).
Estes anúncios, com tanto tempo, são algo a que a lisboeta já se habituou e com os quais se sente confortável: "nem toda a gente sabe, mas as minhas datas importantes foram sempre anunciadas com dois anos (os primeiros Coliseus), ou um, de antecedência". Diz que lhe dá tempo para preparar e assim não para: quando terminarem estas datas, ainda que antecipe um verão preenchido pelo país, começa a estudar o novo conceito para a Altice.
A chegada a esse local será simbólica: é uma subida que, destacam os promotores, pode ser recorde. É difícil encontrar nos registos da música nacional alguém com uma ascensão tão meteórica. A jovem explica: "eu costumo dizer que há três segredos. O primeiro é ter uma equipa fora de série, que eu tenho, toda ela". A segunda é "trabalhar", muito. "Às vezes as pessoas perguntam-me os meus hobbies e eu já nem sei responder.". O terceiro é "obviamente os fãs e as pessoas que se ligam connosco e que vêm aos espetáculos e voltam e nos tratam com tanto carinho".
Mostra-nos, como exemplo desse carinho, um fio com um gato que traz ao pescoço, que uma fã lhe deu e que ainda não tirou desde então. E anuncia, a propósito: "preparei uma surpresa para os meus fãs no Super Bock Arena e no Campo Pequeno, no Meet & Greet que vai haver para toda a gente que quiser. Temos uma surpresa muito fixe, para agradecer aos fãs; porque mesmo que haja muito trabalho e uma grande equipa, se não houver esta parte não há mesmo nada."
Sobre estes concertos reitera estar a prepará-los há mais de 6 meses: criou um conceito, contratou cenógrafa e equipa para a cenografia, desenvolveu , trabalhou com a equipa de luz, de som, diretor musical. Escolheu com ele o alinhamento e - avança ao JN - este terá músicas do novo "Bichinho". Tudo preparado, quando chega a hora não há muitos rituais: um "grito de guerra" da banda e uns minutos a sós, de concentração. Depois de semanas de ensaios e de cansaço extremo, quando entra em palco, garante", "tudo passa".