Rapper norte-americana, estreante em Portugal, não precisou de fazer juras de amor ao público para fechar em grande, até 2026, o palco principal do Rock in Rio Lisboa. Durante mais de uma hora, Doja Cat saltou, quase sem pausas, de canção em canção e a multidão acompanhou-a fielmente até ao fim, com toda a energia.
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Eram 22.45 horas em ponto quando Doja Cat subiu ao palco com uma maquilhagem que gerou preocupação entre quem esperara já tanto para a ver. "Está a deitar sangue do nariz", ouviu-se algures num Parque Tejo lotado, para logo alguém esclarecer que não, era apenas uma pintura.
Até final, a dúvida surgiria amiúde, mas, este domingo à noite, não é essa a história, esse combate metafórico, que ficará na memória das dezenas de milhares de festivaleiros que assistiram à estreia em Portugal de californiana, que numa década de carreira arrecadou já um Grammy e conta com mais de 20 mil milhões de streams. Nem serão, sequer, as chamas e o fogo preso que ilumiram, durante todo o espectáculo, o palco.
Durante uma hora e meia, Doja Cat percorreu todo o seu catálogo, sem palavras especiais para o público, a não ser, em inglês, "Lisboa", "vamos lá" e, numa única vez, "tenho uma canção que talvez conheçam". E não se enganou. O público, que antes reagira com entusiasmo e sem precisar de incentivos aos primeiros acordes a Get Into It (Yuh), do álbum "Planet Her", de 2021, perdeu-se então a cantar e dançar, incluindo com desconhecidos, ao ritmo de "Say So", do álbum "Hot Pink", de 2019.
A sintonia entre a californiana e multidão foi-se mantendo ao longo do concerto, até atingir o auge com "Paint the Town Red", o mais recente single de Doja Cat e a primeira canção rap de uma artista feminina a solo a alcançar o primeiro lugar do TOP 50 - USA (EUA, na sigla inglesa) do Spotify.
O concerto chegou ao fim pouco depois, com a rapper a gritar "Lisboa" uma última vez e abandonar, sem aviso, o palco, deixando para trás a derradeira ovação da noite.