Reabre-se a torneira Prince, comemora-se Ernesto de Sousa, pergunta-se aos pássaros para onde vamos, conhece-se Amanda Gorman, voa-se e dança-se como se a semana estivesse a acabar.
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Sabia-se que a copiosa produção de Prince nos anos 1980 tinha rendido vários esboços de álbuns que agora vêm chegando ao conhecimento público de modo oficial. Mas essa não foi a única era com projetos arrumados no famoso The Vault, a gruta dos tesouros que a morte do autor de "Purple rain" em 2016 permitiu descobrir, catalogar, polir e publicar. O álbum "Welcome 2 America" foi concebido em 2010 e arquivado, tendo agora edição prevista para 30 de julho. Este é o tema-título, canção funk, noturna, um posto de observação do seu país que, infelizmente, não perdeu acuidade em 2021.
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Até 22 de abril, a Appleton, em Lisboa, assinala o centenário do nascimento de Ernesto de Sousa, artista de múltiplas ousadias e vasto campo de atividades, com destaque para a produção na fotografia e no cinema, o ensaio e a crítica. O primeiro capítulo é a mostra "Revolution my body n.o 2", de 1976, que "consiste na projeção de um filme em Super8 que convida à intervenção do público sobre três folhas de papel/ecrã", escreve a Appleton em nota de imprensa. A 18, dia do seu aniversário, é lançado um episódio de "Appleton podcast", onde o autor lisboeta falecido em 1988 é o protagonista de uma conversa entre David Maranha, Isabel Alves e Vera Appleton. Dois concertos integram o programa, o foco apontado a autores que receberam a bolsa Ernesto de Sousa: a 16 atua Rafael Toral, a 22 é a vez de Pedro Sousa. São concertos "pensados para uma audiência em permanente rotação". Também serão apresentados, em estreia, os carimbos e a correspondência que trocou com artistas de todo o Mundo. A entrada é gratuita.
O coletivo dinamarquês Mycelium criou um objeto vídeo que escapa a definições rígidas. São 23 minutos de palavra dita e manipulada, dança em câmara lenta, um teledisco gótico e monocromático. O texto e o título da obra, "And the birds are getting louder", partem da constatação de que, aquando da eclosão da pandemia de covid-19, uma das pesquisas mais populares no Google era uma variante da pergunta, asinina até ao âmago, "por que é que agora os pássaros cantam mais alto?". Um mote para vogar pela História e concluir este é o apocalipse que merecemos.
And the Birds are getting louder from Hans Christian Post on Vimeo.
Amanda Gorman tem tratamento de luxo na "Vogue" americana: capa (quer dizer, capas), conversa e perfil por Doreen St. Félix, fotos de Annie Leibovitz.
Rumo ao fim de semana, um apelo importante do britânico Raf Rundell, com uma ajuda da voz de Terri Walker e um bordado funk e r&b com vapores hip-hop: "Always fly". Voe-se daqui para fora.
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