Helena Mendes Pereira é a nova diretor do evento que inaugura este sábado em Vila Nova de Cerveira e acolhe mais de 300 artistas. Programa foi alargado e vai durar até dezembro.
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A Bienal Internacional de Arte de Cerveira regressa este sábado com uma nova edição, alargada até 31 de dezembro, que marca uma viragem de página: pela primeira vez na história, o evento de arte fundado em 1978 por Jaime Isidoro (1924-2009), José Rodrigues (1936-2016) e Henrique Silva (1933), tem uma mulher ao comando da sua direção artística.
Helena Mendes Pereira, 36 anos, curadora e investigadora em práticas culturais contemporâneas, iniciou a atividade em 2007 na Bienal e assume agora a direção artística, substituindo Cabral Pinto. A nova diretora assinou, em 2017, a curadoria da exposição de homenagem à pintora Paula Rego.
O tema da Bienal é "We must take action/Devemos agir", convidando a comunidade artística e o público a "refletir sobre questões urgentes como o ambiente e a sustentabilidade".
Helena assinala "o grande significado" de assumir o novo cargo já que, além de ser "em 44 anos de história a primeira mulher que dirige a Bienal de Cerveira", foi ali que decidiu, "há precisamente há 15 anos", o rumo que queria tomar. "Foi uma experiência profissional tão gratificante e interessante, que decidi que queria trabalhar em museus e com arte contemporânea", diz ao JN.
A partir de hoje e nos próximos cinco meses, Cerveira acolhe cerca de 270 obras, de 318 artistas oriundos de 29 países. O Fórum Cultural, casa-mãe das bienais, recupera a sua função - até há pouco tempo servia vacinas contra a covid-19.
Helena Almeida em foco
O evento manterá o formato adotado desde a primeira edição e tem como orientações programáticas uma homenagem a Helena Almeida (10 obras da artista e 10 de convidados), o Japão como país convidado, o habitual concurso internacional (com seleção de 96 obras de 77 artistas de 18 nacionalidades), presença de artistas convidados, conferências internacionais e residências e intervenções artísticas. Também inclui atividades em todo o concelho de Cerveira, polos de exposição no Minho e na Galiza, projetos curatoriais, oficinas e visitas orientadas e arte em espaço público.
Destaque ainda para a apresentação no espaço da Bienal do projeto artístico "Viagem pelo esquecimento", videoarte com música e poesia de Ana Mesquita, João Gil e Mia Couto. O filme tríptico, propõe uma digressão pela História da Humanidade, na sua relação com "as mulheres, os escravos, os antepassados, os migrantes, o planeta, as cidades, a vida e o amor".
Na inauguração, este sábado à tarde, estarão presentes a Ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, e o Conselheiro da Embaixada do Japão Yasuhiro Mitsui.