Cantora islandesa atua esta sexta-feira na Altice Arena, em Lisboa. É o recomeço na Europa da digressão mundial que junta os álbuns “Utopia” e “Fossora”.
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Depois de duas partidas em falso – Nos Primavera Sound Porto, em 2012, e Vodafone Paredes de Coura, em 2018 – será mesmo hoje que a islandesa Björk regressa a Portugal, depois da última atuação, há já 15 anos, no Festival Meo Sudoeste, no Alentejo.
O pretexto é a reativação na Europa de “Cornucopia”, digressão iniciada em 2019 e que vive do encontro entre os dois últimos álbuns da cantora, “Utopia” (2017) e “Fossora” (2022).
Experiência “sensorial e imersiva” tem sido a descrição mais comum de um espetáculo que juntará em palco um ensemble composto pelos Viibra, septeto de flautas que já acompanhara Björk na digressão anterior, “Utopia”; clarinetistas, harpista, percussão, eletrónica e vários instrumentos personalizados, descreve a promotora portuguesa do evento Everything is New.
Um desenho de palco com “som panorâmico” e câmara de reverberação especial, além de visuais digitais inovadores e a cenografia de Chiara Stephenson são ingredientes para um espetáculo que se antevê distintivo e memorável, e que a cantora descreve como “a colisão de dois mundos”.
Artista poliédrica, Björk estreou-se como vocalista dos The Sugarcubes, banda pós-punk oriunda da capital da Islândia.
O primeiro álbum a solo, apropriadamente chamado “Debut” (1993), orienta-se mais para a pop eletrónica e vanguardista, seguindo-se uma carreira onde a música se torna progressivamente mais complexa, excêntrica e ambiciosa, em álbuns como “Homogenic”, “Vespertine”, “Medúlla” ou “Vulnicura”; um caleidoscópio de estilos e personas onde cabe a folk, a clássica, o jazz e a eletrónica, registos sempre dominados pela sua voz peculiar e detentora de uma singular extensão de soprano.
Universo em mutação
Além dos discos, que lhe valeram já o Polar Music Prize, galardão sueco conhecido como “Prémio Nobel da Música”, e de uma miríade de distinções e nomeações, a islandesa tem também uma carreira relevante no cinema, tendo obtido o Prémio de Melhor Atriz no Festival de Cannes de 2000 com “Dancer in the dark”, de Lars Von Trier.
Björk, que fará 58 anos em 21 de novembro, é criadora de um universo único e em constante mutação, cuja mais recente forma poderá ser testemunhada hoje na Altice Arena, em Lisboa.