
Bastille
Miguel Pereira/Global Imagens
Há festa no North Music Festival. Os Bastille foram uma das bandas mais animadas da noite do segundo e último dia do festival que está a acontecer na Alfândega do Porto.
O cenário à beira Douro, na noite de sábado, estava propício ao tom festivo da música dos londrinos que têm nome francês. Dan Smith, como sempre, foi um vocalista irrequieto que cantou no meio do público (em "Flaws") e no sofá estatelado no palco, com a inscrição "Doom Days", que remete para o último disco do conjunto britânico, editado este ano.
O público começou conversador, distraído da qualidade sonora de grande parte dos temas desconhecidos. Safaram-se, no início, "The things we lost in the fire", a bela balada "Two evils" e a psicadélica e alegre "Happier". "Peço desculpa, o meu português é uma merda", dizia Dan Smith, numa tentativa quase sucedida de conquistar os festivaleiros, este sábado mais novos e internacionais que os que ontem compraram bilhete para ver Bush.
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Foi preciso "Laura Palmer", tema em homenagem à personagem da série Twin Peaks, para que o público das filas traseiras deitasse o olhar ao glorioso espetáculo que estava a acontecer. Seguiu-se "Rythm of the night", um clássico nos concertos deles, e a conhecidíssima "Good Grief".
Aqui já o público estava cativado e aparece "Pompeii", expoente máximo da festa à beira do Douro. Quem não estava de telemóvel no ar abanava os braços, todos dançavam, a maioria cantava de cor, voavam balões, as luzes enlouqueciam, os sorrisos multiplicavam-se e os bilhetes valiam o dinheiro.O público não foi grátis para Bastille, sobretudo porque muitos estavam ali para ver Franz Ferdinand, que se seguia. Ainda assim, saíram conquistados. Grande festa.
Último dia abriu em português
O início da noite foi marcado pela música portuguesa. Capitão Fausto esteve em destaque num alinhamento marcado pelo disco "A invenção do dia claro". A consagração do conjunto lisboeta dá-se, em palco também, com "Capitão Fausto tem os dias contados", onde temas como "Amanhã tou melhor" fizeram o gosto dos festivaleiros ao anoitecer.
Antes disso houve Glockenwise, sexteto rock de Barcelos que cresceu no Porto e soa a Sonic Youth. Deram um concerto dominado pelo álbum "Plástico", o quarto do conjunto mas o primeiro em português. Ainda há ali muito do garage rock de música curta que lhes deu a nascença, mas a coisa está bem mais moldada e com maior enfoque nas letras. Interessante evolução.
