A Capital Europeia da Cultura deu a Guimarães um investimento de 120 milhões de euros, sem precedentes na história da cidade. Quer isto dizer que, por cada habitante do concelho, foram gastos 800 euros.
Corpo do artigo
Oberço de Portugal está hoje diferente, fruto da intenção dos organizadores da Guimarães 2012 em deixar estruturas físicas e imateriais que façam prevalecer a cultura a partir de 2013. O orçamento inicial previsto, de 111 milhões de euros, aproximou-se dos 120 com o ganho do prémio Melina Mercouri e o aumento de financiamento por parte do QREN.
Assim, Guimarães é uma cidade diferente, a começar pelo Largo do Toural e ruas adjacentes, num investimento de sete milhões de euros que contribuiu para o aumento da procura turística interna em cerca de 500%, segundo dados da Câmara.
Ganha-se no turismo, mas também na investigação, em que o Instituto de Design já alberga o novo curso de Design de Produto, com vista a alterar o paradigma económico da oferta local, com destaque para o ramo têxtil. Há ainda a Plataforma das Artes. Não é um edifício autossustentável, mas pretende ser uma incubadora de empresas ligadas ao ramo das indústrias criativas que mobilizem a economia regional.
Segue-se a Casa da Memória, já pronta, mas cujo conteúdo está por definir fruto de um atraso da organização. Prevê-se, no entanto, que albergue figurinos do que foi Guimarães ao longo dos tempos. Por inaugurar, está também a extensão do Museu Alberto Sampaio, fruto da falta de pagamento do Governo à Câmara, e que vai ser um complemento do museu já existente.
Mas não ficam só obras em Guimarães. Além da Orquestra Estúdio, há o trabalho de rede elaborado entre as associações locais. Para Jorge Cristino, presidente do Círculo de Arte e Recreio, a CEC "permitiu a aproximação de associações que não a tinham, criou-se uma estrutura de trabalho que não existia e isso é positivo".
"Conquistou-se um património riquíssimo a que é preciso dar continuidade", classifica, por seu lado, o arcipreste de Guimarães, Armando Freitas.
O comércio, segundo o presidente da Associação Comercial, Carlos Teixeira, obteve um crescimento "brutal", nomeadamente na restauração, que sofreu aumentos "superiores a 30%". v