Câmara do Porto entregou dossiê do Museu da Cidade à DGPC na sequência de reformulações
A Câmara Municipal do Porto já entregou o dossiê do Museu da Cidade à Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) na sequência da sua "reformulação conceptual e estrutural", revela aquela entidade num ofício hoje consultado pela Lusa.
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No ofício, consultado pela Lusa na página da Internet da Assembleia da República e que foi enviado ao presidente da Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, o gabinete do ministro da Cultura salienta que foi solicitada à DGPC e Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN) informação sobre as alterações do Museu Romântico do Porto.
Em 21 de setembro, a apresentação da petição "Pela reposição dos interiores oitocentistas do Museu Romântico da Quinta da Macieirinha no Porto" naquela comissão parlamentar levou o PS a anunciar que iria solicitar pareceres à DGPC, DRCN e à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte).
Em causa está a remodelação do antigo Museu Romântico, que reabriu portas em 28 de agosto de 2021 como Extensão do Romantismo do Museu da Cidade do Porto e cujas alterações foram criticadas por partidos políticos e cidadãos.
O ofício, que integra o parecer da DGPC, afirma que a Câmara do Porto entregou a 04 de outubro o "dossiê geral e completo" do Museu da Cidade do Porto "na sequência da reformulação conceptual e estrutural do museu".
"Esse dossiê e os documentos que o integram serão objeto de análise por parte dos serviços à luz do enquadramento legal", salienta a DGPC.
A DGPC explica ainda que as alterações levadas a cabo no antigo Museu Romântico "apenas poderiam ser analisadas no âmbito do projeto de reestruturação integral do Museu da Cidade do Porto" que, à data da primeira apresentação da petição (em 2021), ainda não tinha sido apresentado à DGPC à luz do programa museológico, assim como os documentos de gestão museológica obrigatórios à luz dos requisitos de credenciação.
Tanto a DGPC como a DRCN salientam que, por se tratar de um edifício classificado, não eram chamadas a pronunciar-se sobre as alterações levadas a cabo no antigo museu.
Em 7 de outubro, a Câmara do Porto confirmou à Lusa, na sequência de notícias avançadas pelo Jornal de Notícias e pelo Público, que o diretor artístico do Museu da Cidade, Nuno Faria, ia deixar o cargo por "visões não convergentes para o futuro" e que seria a equipa da instituição a assegurar as suas funções.
A par do Museu da Cidade, Nuno Faria deixou também a empresa municipal Ágora, na qual era responsável pela divisão de museu e coleções.
O Museu da Cidade do Porto é composto por 17 espaços, designados por estações, de natureza diversa, como espaços arqueológicos, reservatórios, espaços industriais, com jardins, quintas e parques, bibliotecas e o arquivo histórico.
Os mais conhecidos são a Casa do Infante, a Casa Guerra Junqueiro, a Casa Tait e o Matadouro.
A Extensão do Romantismo do Museu da Cidade do Porto, antigo Museu Romântico, reabriu portas em 28 de agosto, com o 'Herbário' de Júlio Dinis, numa homenagem ao escritor portuense.
Instalado na Quinta da Macieirinha, a antiga casa de campo abriu como núcleo museológico em 1972 como Museu do Romântico, centrando a sua narrativa no rei do Piemonte e da Sardenha, Carlos Alberto, que, aí exilado, veio a passar os seus últimos dias.