Quadros de pintores como Picasso, Dalí ou Munch vão dar o mote às mesas de debate.
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Oito dias de festa para celebrar o livro e a leitura, 116 escritores, 11 mesas de debate, 30 lançamentos de livros, sete exposições, teatro, performance, cinema, folclore, idas a todas as freguesias, visitas às escolas, poesia pelas ruas e uma feira do livro. Vai ser assim a 26.ª edição do Correntes d’Escritas. É na Póvoa de Varzim de 15 a 22 de Fevereiro. Camões, Camilo, Sepúlveda, Onésimo e Luísa Dacosta serão lembrados. Nuno Júdice e Adília Lopes (ambos falecidos em 2024), Eucanaã Ferraz e Luísa Freire são quatro dos 11 finalistas do Prémio Literário.
“São 10 mesas na Póvoa e uma em Lisboa, no Instituto Cervantes. Este ano, não terão frases como tema. Terão quadros”, explicou, esta manhã, o vereador da Cultura, Luís Diamantino, na conferência de apresentação do evento. Da “Guernica” de Picasso “A Guerra” de Paula Rego, passando pel’ “A Coluna Partida” de Frida Kahlo até “O Grito” de Edvard Munch ou “A Persistência da Memória” de Salvador Dalí, são 11 as pinturas que darão, este ano, o mote às mesas de debate. Na Póvoa é de 19 a 22, em Lisboa no dia 24.
Ainda antes, no dia 19, a conferência de abertura pelo escritor e académico Hélder Macedo: “Estando a festejar os 500 anos [do nascimento] de Luís de Camões tínhamos que o assinalar no Correntes d’Escritas como o grande poeta português”, frisou Diamantino.
Durante o evento, haverá mais quatro escritores homenageados: Camilo Castelo Branco (que passava grandes temporadas na Póvoa e cujos 200 anos do seu nascimento se estão, este ano, a comemorar), Luís Sepúlveda (um “amigo da casa”, que faleceu em 2020, vítima de Covid-19, depois de ter estado no Correntes d’Escritas), Luísa Dacosta (numa altura em que passam 10 anos da morte da escritora, que sempre se sentiu poveira) e Onésimo Teotónio de Almeida (a quem é, este ano, dedicada a Revista Correntes d’Escritas e que é o único escritor que esteve presente em todas as edições do Encontro de Escritores poveiro).
O Correntes d’Escritas arranca com poesia pelas ruas. No dia 19, de manhã, a sessão de abertura anunciará o vencedor do Prémio Literário Casino da Póvoa, no valor 25 mil euros. A concurso estão, este ano, livros de poesia. Há 11 finalistas: João Luís Barreto Guimarães, Luísa Freire, Andreia C. Faria, Adília Lopes (1960-2024), Jorge Gomes Miranda, João Melo, Ricardo Gil Soeiro, Paulo Tavares, Eucanaã Ferraz, Bernardo Pinto de Almeida e Nuno Júdice (1949-2024).
Luís Diamantino, que foi um dos fundadores do encontro poveiro – o maior e mais antigo festival literário do país -, está de saída do executivo municipal e, por isso, esta será a última edição que lidera. Diz-se “como um pai que casou a filha”: triste por a ver sair do lar, mas contente por a ver crescida e a voar sozinha.
Desde a primeira edição, em 2000, já passaram pelo Correntes d’Escritas mil escritores, mais de 200 mil espetadores e ali foram lançados mais de 500 livros.