Capital Portuguesa da Cultura: Braga 25 já teve mais de mil eventos e 728 mil espectadores

A programação da Braga 25 registou mais de mil atividades artísticas e superou os 728 mil espectadores durante os primeiros seis meses, tendo também aberto espaço para valorizar artistas locais, de acordo com os dados oficiais cedidos ao JN pela organização. O presidente da câmara municipal, Ricardo Rio, faz um balanço “extremamente positivo” do primeiro semestre da Capital Portuguesa da Cultura e considera que este é um evento que “vai deixar uma marca que perdurará na cidade”.

O relatório da equipa de missão Braga 25 mostra que, até 15 de junho, tiveram lugar 1069 atividades artísticas, entre as quais 324 ações de mediação e participação, 312 espetáculos, 70 exposições e 47 residências artísticas. Ao todo, esta programação acolheu 728 656 espectadores: 614 795 em exposições, 52 948 em espetáculos musicais, 9254 em teatro e 6892 em espetáculos que abrangem mais do que uma prática artística.

“Quando partimos para este projeto, nunca deixamos de estar guiados pela nossa candidatura à Capital Europeia da Cultura 2027. O dossiê foi necessariamente adaptado, mas manteve uma programação muito eclética e abrangente”, diz ao JN Ricardo Rio, para quem essa “multiplicidade de projetos de diferentes naturezas” tem sido “fundamental para o sucesso” da programação desenhada.

Segundo o autarca, a Braga 25 “é o corolário de um processo contínuo” iniciado em 2017, quando o município lançou a Estratégia Cultural 2020‑2030 e “começou a olhar de outra maneira para a Cultura e a mobilizar mais recursos, desde logo financeiros”. “Não estamos a falar de algo que se restringe apenas a este ano, há um trabalho anterior e haverá impactos no futuro”, garante Ricardo Rio.

Estreias e novidades

A programação do terceiro trimestre da Braga 25 vai apostar em eventos ao ar livre e um dos destaques acontece a 26 de julho, com a estreia do Festival Extremo, realizado no monte da Falperra, entre Braga e Guimarães. “Será um festival num formato pouco usual, desde o nascer do dia até à noite, cruzando música, arte sonora e paisagem”, explica ao JN o programador Luís Fernandes. William Basinski é um dos nomes confirmados.

De 16 a 19 de julho, Braga volta a associar-se a Barcelos, Guimarães e Famalicão para nova edição do Festival Vaudeville Rendez-Vous e em agosto, a 8 e 9, o Parque da Ponte acolhe o festival de música emergente EsteOeste. Neste trimestre, segundo Luís Fernandes, será dada “ênfase muito particular” à ativação de instalações nos pavilhões criados no festival de arquitetura e arte Forma da Vizinhança, espalhados pela cidade.

A Shopyard Summer School, de 18 a 25 de julho, é outro dos destaques, focando-se no debate sobre a ativação dos centros comerciais de primeira geração em Braga. De 5 a 7 de setembro, as atenções estarão voltadas para a Noite Branca e, já a fechar o trimestre, a 27 de setembro, o Theatro Circo acolhe a estreia de “Naquele dia em Lisboa”, um filme-concerto que une o realizador Daniel Blaufuks e o compositor Matthew Herbert.

Cultura

Valorização dos agentes locais

No primeiro semestre, 54% dos artistas programados são locais, sendo os restantes 30% nacionais e 16% convidados internacionais. Há também um trabalho em rede, com várias parcerias: 153 das entidades artísticas são locais, com 56 parceiros nacionais e 19 internacionais, com destaque para a Galiza. “A valorização dos agentes culturais locais é uma mais-valia da programação”, considera Ricardo Rio.

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Mais dormidas

O número de dormidas na cidade de Braga, em março e abril, registou uma subida de 18% e 13%, respetivamente, face ao ano passado. “Hoje, quem vem a Braga, qualquer que seja a semana, sabe que há algo que está a acontecer”, diz Ricardo Rio.

Cultura acessível

Nos primeiros seis meses do ano, foram registadas 575 atividades com medidas de acessibilidade, mais de metade do total programado. 47 dessas sessões foram adaptadas, tendo sido realizados 20 espetáculos com pessoas com necessidades específicas.