“Honey”, novo disco do músico canadiano, traz vozes alteradas e orientação para a pista de dança.
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Há múltiplas vozes no 11.º álbum de Dan Snaith, sexto do seu projeto central, Caribou, mas podemos no máximo chamar-lhe “reunião de heterónimos” e não “encontro de vários cantores”: é sempre Snaith, alterado pela inteligência artificial (IA), a fazer a entrega dos temas. Menos convívio entre humanos, mas há vantagens para a música?
Não será o fim da criação, como já foi anunciado inúmeras vezes no passado; olhe-se para os órgãos Wurlitzer de 1959, considerados heréticos pelo sindicato dos músicos britânicos por incorporarem uma caixa de ritmos. Mais tarde, essas caixas viriam a ser decisivas no desenvolvimento do tecno ou do hip hop. Se há fé no talento, deverá olhar-se para a IA, que será abundantemente usada nas artes de ora em diante, como mais um instrumento: aproveitado brilhantemente por uns, canhestramente por outros.