
O afeto extremo pela guitarra era de tal ordem que, nos últimos anos, já acamado e impossibilitado de tocar, pedia à companheira que a levasse até ao hospital
Foto: Arquivo
Carlos Paredes, músico que abriu novos mundos à guitarra portuguesa, é a partir de hoje celebrado em todo o país em dezenas de eventos.
“Discreto e tantas vezes insondável”, como o recorda o escritor José Jorge Letria nas páginas do livro “A guitarra de um povo” (ler artigo ao lado), Carlos Paredes abria uma única exceção na conduta por norma reservada que o caracterizava: sempre que abraçava uma guitarra. Nesses momentos, o génio revolto nascido faz amanhã um século entrava como que numa dimensão paralela, capaz de levá-lo a arrancar os mais extraordinários acordes do instrumento.

