"Eu vou morrer de amor ou resistir" é o novo disco da fadista, fado-matriz com espaço para outros instrumentos e temáticas - e posto de honra para a poesia.
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Nasceu com o fado no sangue - a mãe de Carminho é a conhecida fadista Teresa Siqueira - e é da naturalidade de quem vive e respira desde sempre o género que retira a confiança, o instinto que a tem guiado e que a faz ser mestra na arte de experimentar sem descaracterizar, de introduzir novos meios e instrumentos sem causar estranheza, de buscar nos poemas e nas palavras, em muitos casos antigas, novos guias e fontes de inspiração para onde o fado a queira levar. E é sempre um porto seguro, a pergunta e a resposta, o seu "lugar emocional e de verdade".
Aos 41 anos, Carminho edita "Eu vou morrer de amor ou resistir", titulo que retirou a um poema de Carlos Barrela que utiliza numa das novas canções, e que lhe chegou de forma, também por si, digna de um salmo: "foi muito bonito, porque quando a Beatriz da Conceição nos deixou [em 2015], tive a alegria de saber que ela me tinha deixado uma caixa com poemas, pequenos fragmentos que recolhia. Ela era uma pessoa que passava à mão muitas das letras que cantava, dava importância à palavra, tinha amor à poesia", conta ao JN.