Ermelo é uma das mais antigas e mais pequenas aldeias do país. Além do património arquitectónico é obrigatório encontrar as quedas de água.
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Desengane-se quem pensa que Ermelo, aldeia transmontada integrada no Parque Natural do Alvão, é uma daquelas localidades redesenhadas a régua e esquadro com o dinheiro de um qualquer fundo europeu, que permite converter pedra em diamante. O que ali está - as casas em xisto, os desfiladeiros, montanhas como alpes, paisagem virgem - é o que sempre esteve: sem grandes sinais, para o bem e para o mal, de intervenção humana ou corrosão do tempo. Economicamente pobre, será em beleza natural um dos sítios mais ricos do país. Seguramente, dos mais bonitos.
Ermelo, é uma freguesia do concelho de Mondim de Basto, distrito de Vila Real, e uma das aldeias mais antigas do país. Tem pouco mais de 700 habitantes e menos de 50 Km quadrados. Dista a pouco mais de uma hora do Porto. A aldeia nasceu ao lado do rio Olo, cada vez mais usado como palco para a prática de desportos radicais.
Num local relativamente fundo e de difícil acesso, cujo caminho é quase impossível de descobrir por um estranho, a aldeia guarda as Fisgas como uma espécie de tesouro. As Figas são uma das maiores cascatas de água do país e da Europa, que se depenha depois, em socalcos, em três piscinas naturais, num cenário mais ou menos impossível de esquecer. É fácil ver a cascata do topo, mas muito difícil chegar lá abaixo. E, incompreensivelmente, não há indicações, placas, pistas, nada. Nem o turismo começou ainda a explorar aquela zona.
As informações disponibilizadas nos folhetos municipais dizem que o acesso para aquele local pode ser feito através das estradas florestais que ligam a aldeia de Lamas de Ôlo à de Ermelo ou através da strada EN304 que liga Mondim de Basto e Vila Real. Mas quem quiser mesmo aventurar-se a nadar naquelas águas, rapidamente perceberá que saber isto é saber pouco mais do que nada. Mas perceberá que se conseguir vencer o desafio de lá chegar, o prémio vale mesmo o esforço.
Na aldeia destaca-se ainda o Mosteiro de Ermelo, da Ordem de Cister, do qual subsistem algumas estruturas arquitectónicas da igreja românica reformada no século XVIII.