Batalha Centro de Cinema recebe o certame entre os dias 1 e 10 de março. Orçamento é de 100 mil euros.
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A 44ª edição do Fantasporto decorre entre os dias 1 e 10 de março, no Batalha Centro de Cinema, no Porto. Beatriz Pacheco Pereira, diretora do certame, destacou a presença do produtor Steven Gaydos, que é também editor da “Variety”, “uma bíblia da produção cinematográfica”. O que diz ser “mais uma prova da importância do certame a que concorreram este ano filmes de 68 países, todos os da Europa, quase todos da América do Norte e do Sul e da Ásia”.
10 minutos para julgar
No final, a organização ficou com 100 filmes de 30 países, todos em estreia nacional. A diretora revelou que, para a escolha de um filme, “os dez primeiros minutos são essenciais”.
As temáticas foram variadas, mas andam em torno “da luta pelo poder, as alterações climáticas, histórias de amor e saúde mental”, declarou a responsável.
O programa, que arranca a 1 de março com o filme “Testament” , de Denys Arcand, “um êxito em Cannes”, está dividido, mais uma vez, em quatro competições: a de Cinema Fantástico, com 30 longas e curtas-metragens; a Semana dos Realizadores, a competição Orient Express com filmes asiáticos e a competição de Cinema Português.
A encerrar o festival uma “superprodução chinesa “Creation of the gods I: kingdom of storms”, de Wuershan”, foi a destacada pela diretora.
No Fantas haverá uma retrospetiva dedicado ao realizador belga Karim Ouelhaj, premiado na edição transata, e uma retrospetiva do cinema do Cazaquistão e da Hungria. O certame traz também um programa dedicado à manga transposta para imagem real.
Falar sobre cinema
Para a comunidade em geral, mas piscando o olho às comunidades escolares que se associam ao Fantas, a direção organizou as “Movie talks”: a primeira sobre cinema independente americano com a exibição de “Cockfighter”, do realizador Monte Hellman, produzido por Roger Corman, com o produtor Steven Gaydos, um dos grandes nomes presentes no Fantas, decorre no dia 3 de março; a segunda, sobre “streaming vs. cinema” e uma terceira em que Daniel Guerra falará sobre “Nouvelle Vague”.
Beatriz Pacheco Pereira teceu que desde que “vi o (Robert) Bresson fazer o ‘Parsifal’ com quatro horas a debitar texto fiquei vacinada contra a Nouvelle Vague”, declarou.
No terror mais clássico, o filme do realizador Hideo Nakata (autor entre outros do “The Ring) apresenta “The Forbidden play”e será um dos grandes atrativos do festival.
Além do fantástico, o Fantasporto apresenta em antestreia mundial “Heart strings” de Ate de Jong; o filme indiano “Invisible windows”, de Dr Biju, e “Bucky f*cking dent”, de David Duchovny (X-Files).
No cinema português, “Carne, a pegada insustentável” é o único documentário presente no certame.
O orçamento para esta edição é de 100 mil euros, elucidou a responsável.
Guilherme Blanc, diretor do Batalha Centro de Cinema, elogiou a edição transata do festival, a primeira feita no Batalha, dizendo “que foi muito bonita, em que se pode observar o regresso das dinâmicas e da fruição na Cultura”. E vaticinou que espera para este ano “uma edição ainda mais participada”.