"O Douro no Cinema de Manoel de Oliveira" é o mote para um Ciclo de Cinema que, de 6 a 8 de maio, vai decorrer no Mosteiro de Santo André de Ancede, em Baião, como forma de celebrar os 90 anos de carreira do cineasta portuense.
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A iniciativa, promovida pela autarquia de Baião, foi apresentada como um teaser, um estímulo à curiosidade do público para aquilo que ali está a nascer: um Centro Cultural da região com assinatura de Álvaro Siza Vieira que promete ser uma pedrada no charco da movida cultural da região.
"Como não há uma segunda vez para causar boa impressão", como fez questão de sublinhar o edil, Paulo Pereira, a antestreia do espaço avança com o ciclo dedicado a Manoel de Oliveira, onde o cinema vai aliar-se à música, à gastronomia e às tradições locais.
Além da projeção de quatro obras cinematográficas - os documentários "Douro, Faina Fluvial" ( 1931) e "O Pintor e Cidade" (1956) e os filmes "O Estranho Caso de Angélica" (2010) e "Vale Abraão" (1993) - o "teaser" do Centro Cultural Mosteiro de Santo André de Ancede vai contar com um cine-concerto dos Sensible Soccers, trio vila-condense que em diálogo com a investigação artística desenvolveram a banda sonora para os dois filmes de Manoel de Oliveira que vão ser exibidos.
Na música, haverá ainda espaço para concertos da Orquestra de Jazz do Douro, os Andarilhos e Banda Marcial de Ancede.
Uma Conversa com o escritor Paulo José Miranda, autor do livro "A morte não é prioritária", uma biografia do realizador Manoel de Oliveira e António Preto, diretor da Casa do Cinema Manoel de Oliveira, irá abordar o Douro na obra de Manoel de Oliveira, moderada pelo historiador Joel Cleto.
O ciclo propõe ainda uma viagem às raízes e tradições mais profundas de Baião e do Douro, por um lado através do associativismo do concelho e por outro através da gastronomia com a presença no evento de vários produtores. Das compotas ao doce da Teixeira, do fumeiro ao vinho da casta avesso passando pelas cervejas artesanais.
Na apresentação do ciclo, Luís Pedro Martins, presidente da Turismo Porto e Norte, exortou as autoridades a apoiarem a produção cinematográfica que no seu entender trará benefícios para o turismo. "Basta olhar para o que se está a fazer em Espanha com o streaming da Netflix que está a dar uma projeção brutal ao território vizinho. Nós temos tudo para fazer o mesmo (paisagens, atores, gastronomia, etc.) para que através do cinema possamos promover o nosso turismo. A obra de Manoel de Oliveira é um bom exemplo", disse.