
Sessão que celebra a digitalização do milésimo filme
Foto: Carlos M. Almeida/Lusa
A Cinemateca Portuguesa já ultrapassou o objetivo de digitalizar mil filmes do cinema português, no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e deverá chegar aos 1300 no próximo trimestre, disse o diretor, Rui Machado.
A Cinemateca Portuguesa, em Lisboa, assinalou hoje simbolicamente o cumprimento da meta definida no PRR, com a exibição de um excerto do milésimo filme digitalizado, "Três Dias sem Deus" (1946), de Bárbara Virgínia, e com o anúncio de uma página 'online' onde ficarão disponíveis os dados de todos os filmes digitalizados.
"Queríamos mostrar que cumprimos a medida dentro do prazo estabelecido, mas isto não quer dizer que o projeto acabou, porque vamos ter pelo menos até março a possibilidade de digitalizar mais filmes. (...) Podemos chegar facilmente aos 1.200, 1.300 filmes digitalizados", explicou Rui Machado.
De acordo com a Cinemateca, entre 2022 e 2025 foram digitalizadas, e em alguns casos alvo de restauro digital de som e imagem, 333 longas-metragens e 697 curtas-metragens, num total de 1.030 filmes, ou seja, 43.645 minutos digitalizados, de mais de 283 autores.
A medida do PRR tinha uma dotação de 10,8 milhões de euros, com prazo final de execução até 31 de dezembro de 2025 - segundo informações no Portal da Transparência - e envolveu a participação de 30 a 40 profissionais externos.
Segundo Rui Machado, esta medida do PRR "era essencial" para salvaguardar o património do cinema português, "apesar de não resolver estruturalmente o problema do laboratório da Cinemateca", nomeadamente a falta de recursos humanos e constrangimentos burocráticos de gestão.
O diretor da Cinemateca ressalvou que "sem a digitalização, a maior parte dos filmes deixaria de ser visto rapidamente. Tirando a Cinemateca e muito poucos cinemas, nenhum cinema consegue projetar uma cópia de 35mm".
