Anfiteatro portuense volta a acolher, a partir desta sexta-feira, sessões do "maior espetáculo do Mundo".
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É sob a égide do octogésimo aniversário do Coliseu do Porto que a edição deste ano do tradicional Circo de Natal vai desenrolar-se. Durante três semanas (entre sexta-feira e 2 de janeiro), vão ser convocadas as artes que há sucessivas gerações atraem públicos de todas as idades, mas agora unidas por um conceito comum: a exploração do espaço, que parte da coincidência de o algarismo oito também simbolizar o infinito.
Por isso, Mónica Guerreiro, presidente da Direção do Coliseu do Porto, assume o objetivo de "criar uma experiência una e contínua, em vez da típica gala com números aleatórios e pouca relação entre si".
A banda sonora do espetáculo reflete essa unidade pretendida. A música original criada por Rui Lima e Sérgio Martins resultou do diálogo com os artistas, que puderam fazer parte do processo criativo através de sugestões.
No palco, a música é tocada ao vivo por um ensemble que Suse Ribeiro lidera e no qual os ambientes futuristas ou galácticos se conjugam com a música eletro, o pop ou o rock. Também a componente vídeo e multimédia seguiu essas linhas condutoras, com os alunos da ESMAD-IPP a serem desafiados a criar imagens que complementassem as apresentações artísticas.
Por norma um dos preferidos do público, os números aéreos ganham ainda especial relevo nesta edição virada para o espaço. Às acrobacias com arcos e bolas e movimentos de trapezismo próximos do público, destaca-se ainda um número de funambulismo, em que o canadiano Laurence Tremblay vai percorrer de olhos vendados uma estreita corda colocada a uns estonteantes 40 metros de altura.
Ao JN, no final do ensaio, o artista confessou que, apesar do risco envolvido, o número apenas lhe provoca uma "grande sensação de calma", graças à prática continuada de meditação e yoga. "As pessoas que assistem ficam sempre mais nervosas do que eu. Procuro acenar-lhes para lhes dizer que está tudo bem", explica Tremblay, que ainda não perdeu de vista um objetivo de longa data: caminhar entre as duas margens do rio Douro, usando para o efeito uma corda quase invisível.
Um dos previsíveis campeões de popularidade nesta edição especial do Circo de Natal é um imponente globo radical. No interior da estrutura de ferro, três motociclistas brasileiros desafiam as leis da gravidade e o perigo, circulando no seu interior a altas velocidades.
Além deste poço (circular) da morte, as atenções dos espectadores serão disputadas ainda por profissionais que dominam artes como a de clown, ilusionismo ou malabarismo.
Teste ou certificado
Para terem acesso ao anfiteatro, os portadores de bilhete devem mostrar na entrada o certificado digital de vacinação ou em alternativa um teste negativo realizado até 72 horas antes.
Bilhetes a oito euros
O preço do ingresso varia entre os oito euros (geral) e os 18 euros (primeira plateia e tribuna). Os descontos abrangem as famílias (25%), estudantes (50%) e os grupos (entre os 30% e os 40%)