Projeto comunitário liderado pela ondamarela apresenta este domingo uma performance que pretende “cercar o ódio e forçá-lo a render-se”, na Fábrica das ideias.
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Chegaram à Gafanha da Nazaré, em Ílhavo, com uma “folha em branco”, prontos a ouvir a comunidade e, a partir daí, a criar de raiz uma performance artística que enchesse o palco, sob o mote “Esta máquina cerca o ódio e força-o a render-se”. É assim que a ondamarela, uma estrutura artística sediada em Guimarães, está habituada a trabalhar. O projeto, que começou na pandemia, já havia passado por Sever do Vouga e por Ovar. Mas o resultado, esse, é sempre totalmente novo. Este domingo, às 17 horas, com cerca de 25 membros da comunidade, apresentam uma proposta que envolve música, canções, desenho, vídeo, poesia e tudo aquilo que, quem sabe, pode surgir à última hora. Só conhecerá o resultado final quem for assistir.
Há baldes de tinta vazios, virados ao contrário, a fazer as vezes de bombo e a marcarem o ritmo. As vozes vociferam, com garra, “prontos a avançar”, “atitude, já”, “passemos à ação”, numa espécie de grito de guerra que antecede o que está por vir. Soam cavaquinhos. Alice, de 82 anos, desfila os seus passos de cha-cha-chá. O espetáculo está a ser criado com Ricardo Baptista a coordenar movimento e ação, sempre sujeito às sugestões de quem nele participa. “O nosso trabalho é muito intenso e rápido. É uma opção nossa. Na realidade, há sempre coisas em aberto até ao fim”, explica um dos responsáveis pela da direção artística do projeto, a par com Ana Bragança e Sara Fernandes.