Tradição vienense dos Concertos de Ano Novo espalha-se por todo o país.
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A prática iniciou-se em 1939, no Musikverein, em Viena, com um concerto que incluía polcas, valsas e marchas da família Strauss, e foi-se alastrando, primeiro pela rádio, depois pela televisão, finalmente com espetáculos ao vivo em salas espalhadas pelo Mundo. O Concerto de Ano Novo é um tributo à beleza, à esperança e à amizade. É uma exaltação da vida. E talvez nunca como hoje seja tão necessário. De norte a sul do país, 2022 será acolhido por luxuosas orquestras e repertórios luminosos. Não será pela música que faltará otimismo.
No Porto, dois grandes espetáculos assinalam a entrada no novo ano. A Casa da Música apresenta a Orquestra Sinfónica do Porto, dia 7 de janeiro. Sob a direção do maestro austríaco Leopold Hager, serão executadas peças de Johann Strauss II, como "O barão cigano" ou "Perpetuum mobile", e ainda valsas e aberturas de Emile Waldteufel, Franz von Suppé ou Richard Heuberger. Enquanto o Coliseu Porto Ageas recebe, dia 9, a Gala Strauss, prestigiada digressão que junta a Strauss Festival Orchestra e o Strauss Festival Ballet para a interpretação de algumas das mais icónicas composições do Concerto de Ano Novo, nomeadamente "Danúbio azul" e "Marcha Radetzky". O mesmo espetáculo poderá ser visto no dia seguinte em Lisboa, no Coliseu dos Recreios.
A capital acolhe já hoje a celebração de 2022 com dois concertos da Orquestra Metropolitana, no Centro Cultural de Belém, às 11 horas e às 17 horas. Cabe ao maestro Pedro Neves dirigir a interpretação de peças de Sibelius, Tchaikovsky ou Bernstein, além das obrigatórias polcas e valsas de J. Strauss II. Amanhã será a vez do Teatro Nacional de São Carlos juntar os seus dois grandes agrupamentos, o Coro e a Orquestra Sinfónica Portuguesa, para um espetáculo em que serão Verdi e Ponchielli os compositores em destaque. E nos dias 6 e 7 de janeiro a Orquestra Gulbenkian convida a maestrina Clelia Cafiero e a soprano Asmik Grigorian para um programa que inclui obras de Rossini, Puccini, Mascagni ou Dvorák.
do minho ao algarve
Circulando pelo país, assinalam-se concertos em Viana do Castelo, no Teatro Sá de Miranda, que acolhe hoje a prestação da Orquestra Con Spiritu para peças de Fucik, Offenbach e de vários elementos da família Strauss. Também hoje, em Guimarães, no Centro Cultural Vila Flor, o maestro Vítor Matos dirige a orquestra da cidade num périplo pela música de Lehár, Tchaikovsky ou Suppé. E em Aveiro o primeiro dia do ano será celebrado no Teatro Aveirense, onde a Orquestra Filarmonia das Beiras interpretará temas de compositores internacionais e também de portugueses, como Octávio Sérgio, Francisco Filipe Martins ou Carlos Paredes.
Poucos quilómetros abaixo, em Coimbra, a Orquestra Clássica do Centro atua no Convento São Francisco, dia 6 de janeiro, sob a direção de Sérgio Alapont e com a participação da soprano Regina Freire. No Alentejo e Algarve, a Orquestra Clássica do Sul assinala o ano novo com concertos em Serpa (dia 15) e Quarteira (dia 16).
Recorde-se que para assistir aos espetáculos é obrigatória a apresentação do certificado de vacinação e de teste negativo à covid-19, além do uso de máscara no interior das salas. Que a música faça de tudo isto passado rapidamente.
AGENDA
Casa da Música Porto, 7 de janeiro, 21 horas
Coliseu Porto Ageas 9 de janeiro, 17 horas
Centro Cultural de Belém Lisboa, hoje, 11 e 17 horas
Teatro Nacional de São Carlos Lisboa, 2 de janeiro, 16 horas
Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa, 6 (20 horas) e 7 (19 horas) de janeiro
Coliseu dos Recreios Lisboa, 10 de janeiro, 21.30 horas
Teatro Municipal Sá de Miranda Viana do Castelo, hoje, 17 horas
Centro Cultural Vila Flor Guimarães, hoje, 17 horas
Teatro Aveirense Aveiro, hoje, 18 horas
Convento São Francisco Coimbra, 6 de janeiro, 21.30 horas
Cineteatro Municipal de Serpa 15 de janeiro, 18 horas
Igreja S. Pedro do Mar Quarteira, 16 de janeiro, 16 horas