Realizadores portugueses e espanhóis arrecadaram os principais prémios no festival documental Porto Post Doc, que decorreu ao longo da semana.
Corpo do artigo
“Um projeto que confronta as memórias pessoais do realizador com as transformações da cidade do Porto, unindo tempo e espaços.” Assim se refere o júri do Porto Post Doc a “Cape of the world”, de Tomás Baltazar, que arrecadou o Prémio Working Class Heroes, distinção que resulta da parceria entre o festival e o Filmaporto e visa apoiar a produção de cinema na Invicta, atribuindo uma bolsa de 20 mil euros. O filme aborda uma relação de mãe e filho no vaivém entre os subúrbios e um hospital no centro da cidade, logrando um retrato do Porto contemporâneo.
Outro dos principais galardões do festival que encerrou ontem no Batalha Centro de Cinema – o Grande Prémio Vicente Pinto Abreu, atinente à Competição Internacional – foi entregue à realizadora espanhola Maria Elorza por “A los libros y a las mujeres canto”. A distinção justifica-se pela “abordagem simultaneamente leve e profunda ao tema da bibliofilia, retratando o livro como um objeto sedutor e perigoso, sempre próximo do universo doméstico.”
Na secção Cinema Falado, o júri foi unânime ao considerar “Lucefece: where there is no vision, the people will perish”, de Ricardo Leite, “uma viagem introspetiva extraordinária”, entusiasmando-se com “a alquimia das imagens”. O Prémio Transmission, vocacionado para filmes relacionados com a música, foi para “Siete jereles”, de Gonzalo García Pelayo e Pedro G. Romero, que tem o flamenco como protagonista. E na competição Cinema Novo a taça foi erguida por Marta Vaz, realizadora de “Rubab”, filme sobre músicos afegãos que encontraram em Portugal um abrigo para as suas vocações.