Cantora brasileira de 21 anos, nova estrela do sertanejo, esgota arenas. Sexta-feira e sábado apresenta o seu novo espetáculo no Porto e domingo atua em Lisboa. "Vai ser maior do que da primeira vez aí, vai ser inesquecível!", diz Ana Castela ao JN.
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Da zona rural de Mato Grosso do Sul, no Brasil profundo, até ao sucesso global: Ana Castela tem apenas 21 anos - está a dias de completar um aniversário, a 16 de novembro - mas carrega consigo um corpo de trabalho impressionante. A artista esgota salas, lidera tabelas de streaming mundiais, venceu um Grammy Latino, prepara uma carreira de atriz e a cada novo tema consegue um sucesso. E cada espetáculo é uma festa, comungada entre milhares fãs.
Em 2025 lançou "Let"s go rodeo", uma nova fusão de country-pop com o género musical que a popularizou, o sertanejo, e é o primeiro disco de estúdio da cantora em formato de longa duração. Revelada para o Mundo com os êxitos globais "Nosso quadro" e "Boiadeira", agora, Ana Castela volta ao nosso país e sobe ao palco da Super Bock Arena, no Porto, hoje e amanhã, atuando no domingo na Meo Arena, em Lisboa.
Em entrevista ao JN, a estrela brasileira revela que o seu sonho era ser veterinária. Mas depois gravou um vídeo que a internet transformou num tsunami - e o resto é História. Ana Castela está a tomar o Mundo de assalto, a começar por Portugal.
Diz a lenda que começou a cantar por brincadeira. A lenda é verdadeira?
Comecei a cantar sem imaginar que ia virar a minha profissão! Sim, foi assim por acaso, durante a pandemia, devia ter uns 16, 17 anos. Gravei um vídeo na fazenda do meu avô, a cantar "Vaqueiro apaixonado", do Loubet. Foi só uma brincadeira, mas depois o vídeo viralizou na internet. Antes disso eu era tímida, não pensava em cantar em público, queria fazer Medicina Veterinária na faculdade e até comecei o curso de Odontologia. Mas a minha mãe sempre me incentivou, e acho que a música falou mais alto.
Alguma vez sonhou ser um fenómeno tão grande e ainda tão nova?
Nunca! Para terem noção, eu chorava porque não sabia se ia passar na universidade. Imaginava-me a cuidar de bichos e a viver na fazenda. A música veio de surpresa, e tudo aconteceu muito rápido.
Criou a animação "Turma da Boiadeirinha" para apontar o facto de os miúdos hoje cantarem letras adultas?
Sim, tenho muitos fãs crianças e isso deixa-me muito feliz! A "Turma da Boiadeirinha" nasceu para dar esse carinho especial para eles, e porque também vejo que, muitas vezes, os pequenos acabam a cantar músicas que não são para a idade deles. Então pensámos: por que não criar algo feito para essa faixa etária? Por que não criar músicas com histórias que ensinam valores, que falem de família, amizade, respeito? E, por que não fazê-lo dentro do universo sertanejo, que é a minha vida? A Boiadeirinha é praticamente o que eu era em criança. É um projeto de que tenho muito orgulho e estou muito animada para compartilhá-lo com todos vocês, inclusive o primeiro episódio já está disponível [no YouTube].
Editou este ano "Let's go rodeo": por que apostou no género country-pop?
Sempre gostei desse estilo country, até porque o sertanejo tem muito dessa essência do campo, do "rodeo" e da vida simples. O "Let"s go rodeo" foi para explorar isso e trazer novas sonoridades. Ficou uma mistura que é muito a minha cara: tem raiz, mas é música moderna.
Como foi trabalhar com o DJ Diplo?
Foi incrível! Nós conversamos bastante e ele gostou muito da ideia que eu tinha para o disco. Ele é um profissional muito aberto a experimentar, e isso ajudou muito na parceria, e tem uma trajetória e uma visão única quando se fala de produção. Foi uma experiência que abriu a minha mente.
Vai ser sempre a "Boiadeira", a rapariga nascida e criada na roça? Fica feliz com o apelido?
Com certeza! Eu amo esse apelido. Representa quem eu sou, de onde vim. Pode vir qualquer novidade, qualquer parceria, mas a essência vai ser sempre a Boiadeira.
É muito nova: como lida com toda esta fama?
Às vezes é difícil, com certeza. Sou muito nova, ainda estou a aprender a lidar com toda a pressão da melhor forma. Mas graças a Deus que tenho a minha família e amigos que me ajudam a manter os pés no chão. Tento não perder a minha essência!
Estreou-se por cá no North Festival 2023, no Porto: sente que a recebem com carinho?
Sim, Portugal abraçou-me de uma forma que não esperava. É emocionante ver o público a cantar comigo num outro continente, nunca imaginei isso. Acho que a minha música, mesmo sendo muito brasileira, fala de sentimentos universais, e isso cria essa ligação especial. Tenho um carinho gigante por Portugal e pelos meus fãs portugueses!
O que podem os seus fãs esperar destes concertos?
Vou levar o meu novo espetáculo de country-pop, então podem esperar muita energia! Teremos os meus sucessos, os novos hits, balé, coreografias novas... Vai ser maior do que na minha primeira vez aí, vai ser inesquecível!
