Cristina Ferreira emocionou-se na estreia do programa das tardes "Cristina ComVida". Apresentadora explica porquê e faz o balanço dos primeiros seis meses na TVI, em que desempenha também o cargo de administradora.
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Valeu a pena esperar quase oito anos para ter esta casa, depois de ter desenhado o projeto com o realizador João Patrício?
O tempo passou a voar. Quando vimos a casa, era o que tínhamos imaginado. Na altura, não pensámos logo no Eduardo Madeira, mas esperámos o tempo suficiente para o termos ao nosso lado.
Usou um terço durante a primeira emissão e convidou dois padres. Porquê?
Acredito na vida, acima de tudo. O que dás, ela devolve. Encontrámos estes dois padres, o Antonino e o Pedro, e achámos graça que esta casa não tivesse um mas dois. Têm ar de tudo, menos de padres. É preciso acreditar em alguma coisa e sossegar os corações. Queremos que as pessoas se sintam leves neste horário. Deus acabou por entrar nesta casa através deles.
Emocionou-se na estreia. Qual foi o "gatilho" para as lágrimas?
Foi o inesperado que me fez soltar as lágrimas. Senti o que os concorrentes sentem quando estão fechados numa casa. De repente, há alguém que está a dizer "bora lá, força, estamos juntos". Todos eles me disseram, ao ouvido, que o sonho era conjunto. Até o Eduardo Madeira se emocionou, que eu vi!
O horário das 19 horas é complicado, as pessoas estão a chegar a casa e não necessariamente em frente ao televisor...
É um horário muito difícil. As pessoas não têm tempo para estar sentadas. Vamos ser um bocadinho a rádio para quem está a fazer o jantar, a dar banho aos filhos. Mas queremos que os telespectadores se divirtam connosco e que, ao chegar do trabalho, queiram ver o que os malucos estão a fazer. É um bom produto de televisão.
É o projeto com o seu maior cunho pessoal?
Introduzi um cunho pessoal em todos os projetos nos quais me incluí. Portanto, não é maior do que foi no "Dança com as estrelas" ou o meu projeto na SIC. A televisão é o sonho em si. Orgulho-me de fazer aquilo que acho que é boa televisão. No "Programa da Cristina", da SIC, já havia laivos do que é isto, estava guardado numa gaveta. Agora concretizamos o que desejámos: as personagens, a rua e o número 13.
O programa da tarde é como uma novela, uma série ou uma sitcom
Usou vestido de gala, mas tirou os sapatos no fim. Vai ser mais séria ou descontraída?
Na segunda-feira apareci de senhorita, mas vou usar roupa mais descontraída. A não ser que aconteçam coisas que impliquem roupa melhor. Mas gosto do pé no chão. Foi assim numa gala de "A tua cara não me é estranha". Dá-me leveza e descontração para deixar de ser a Cristina da televisão e ser a Cristina lá de casa. Não fosse a movimentação das câmaras ser tão em cima de nós e as pessoas iam esquecer-se que isto é um programa de televisão... isto é mesmo uma casa!
Ao fim de seis meses, esta já é a grelha que imaginou na TVI?
A grelha da TVI não está idealizada porque precisava do orçamento da SIC e da RTP para fazer aquilo que queria. Estamos a falar de uma empresa privada que tem de cumprir um orçamento. A liderança é o objetivo de qualquer estação que queira ser rentável. Nós, enquanto nova Administração, queremos organizar a casa e isso nem sempre nos permite ter a grelha que idealizámos. Há zonas com programas que não são estreias, há outras nas quais gostaríamos de ter outra programação. É a grelha ideal para irmos sonhando com os objetivos que temos para cumprir.
Quais são as principais diferenças entre Cristina ComVida" (TVI) e "O programa da Cristina" (SIC)?
"O programa da Cristina" exigia uma série de histórias que não vamos ter aqui. Era um "talk show" de três horas, com uma primeira parte mais disparatada, onde tudo podia acontecer; uma segunda com histórias de vida mais intensas; e a terceira dedicada à atualidade, o que só existirá nesta casa se acontecer alguma coisa. Este formato é mais pequeno, de uma hora, queremos que se aproxime a uma novela, a uma sitcom. Todos os dias é um capítulo, as personagens são as mesmas. Quero que as pessoas esperem pelo dia seguinte para ver o que acontece naquela casa. Depois, isto não é um estúdio de televisão, é mesmo uma casa. Este programa pode terminar e termos aqui uma novela ou uma série.